O teatro angolano aterriza na Cidade de São Paulo com a peça “Eles Não Vivem Sem Mulheres”..
Aconteceu no dia 16 de novembro na cidade de São Paulo, no Centro de Culturas Negras do Jabaquara com a intermediação do produtor angolano, Isidro Sanene, a apresentação única do espetáculo teatral “Eles Não Vivem Sem Mulheres”, projeto produzido pela atriz angolana, Vanda Pedro, que conta com a direção de Joel Mulemba, que aliais? Contracenou também.
A peça contou com um time de grandes atores angolanos, Kayaya Jr, Fernando Mailoge, Nelson Faustino, Wime Bráulio e o Imperador, além da participação do diretor, Joel Mulemba.
A história se passa na casa de um jovem que sofre por amor e é surpreendido com a visita de cinco amigos, que vão ali para ajudar e apoiar. No decorrer da historia todos os personagens relatam suas fragilidades em relação às mulheres, fazendo o público rir e refletir, porém no final eles descobrem que SIM, Eles Não Vivem Sem Mulheres.
Encontrei com o diretor, Joel Mulemba e os atores, Wime, Kayaya, Nelson, Imperador e Fernando e batemos um papo, confira a entrevista.
Em pé temos, Wime Braúlio, Nelson Faustino, William Lemos, Fernando Mailoge, Joel Mulemba, Kayaya Jr, e em baixo, Imperador.
ENTREVISTA
WILLIAM LEMOS – O público brasileiro quer saber quem é você?
Wime Braúlio
WIME BRAÚLIO – Ola pessoal, sou o Wime Braúlio, faço teatro há 27 anos, comecei a fazer teatro no grupo Miragens Teatro, depois comecei a fazer produções independes, participei de uns dos maiores programas de Angola, chamado “Conversas no quintal”, fiz o personagem, Kizua, e atualmente faço a essa peça, “Eles Não Vivem Sem Mulheres”.
WILLIAM LEMOS – Na sua opinião pessoal, o homem angolano realmente não vive sem mulher?
WIME BRAÚLIO – Realmente essa é uma questão muito interessante, tanto para nós que somos mais jovens e que estamos a constituir família, porem a pergunta que fazemos sempre é… que tipo de mulher que não conseguimos viver? Hoje existem mulheres que nos trazem conforto na relação, mas existem outras que não… a globalização os hábitos e costumes, tudo é complicado, mas enfim, eu não consigo viver sem mulher, e não estaria aqui se não fosse uma mulher.
WILLIAM LEMOS – Hoje o ator angolano consegue viver de teatro em Angola?
WIME BRAÚLIO – Não.
WILLIAM LEMOS – O público brasileiro quer saber quem é você?
Imperador
IMPERADOR – Saudações ao pessoal do Brasil e Angola. Sou José Inácio, nome de registro e Imperador, nome artístico, sou ator e humorista e faço teatro há mais de 17 anos, e sou humorista há três anos, comecei a fazer teatro no grupo Família Unida e depois fiz teatro na universidade e em seguida Horizonte Nginga Mbande e a seguir fui para united teatro, daí fui para a televisão e fiz uma rubrica que era o Intruso, depois uma novela Mainga e ano passado, juntei a dupla, Artur pop e imperador, que temos feito vários trabalhos de humor e ficção, tenho o meu canal do You Tube, e sou o ator mais seguido de Angola nas redes sociais, tenho três prêmios como melhor ator.
WILLIAM LEMOS – Na sua opinião pessoal, o homem angolano realmente não vive sem mulher?
IMPERADOR – A cultura angolana tem o principio de família, e a educação que temos nos fazem não viver sem mulheres. O homem angolano não consegue viver sem mulher, mas a questão é? Que tipo de mulher não consegue viver sem? Nós homens somos formados a ter sucesso no trabalho e as mulheres a terem sucesso na família. Tomamos as mulheres como nossa segunda mãe e por isso posso afirmar que o homem angolano não vive sem mulher.
WILLIAM LEMOS – Hoje o ator angolano consegue viver de teatro em Angola?
IMPERADOR – Não.
WILLIAM LEMOS – O público brasileiro quer saber quem é você?
Kayaya Jr.
KAYAYA JUNIOR – Ola, sou Frederico Gonçalves Junior, mais conhecido como Kayaya Junior, sou produtor e realizador de eventos a 360 graus, também sou ator e recentemente voltei a atuar e tenho estado a fazer algumas peças com amigos em Angola. Atualmente estou fazendo a peça “Eles Não Vivem Sem Mulheres”, também estive em cartaz na serie da geração 80 e terminei 2 filmes que estão para ser estrelado, sou mais dos bastidores, fazer acontecer e também fui apresentador de rádio e trabalho na TV Zimbo, enfim, pronto para o que der e vier.
WILLIAM LEMOS – Na sua opinião pessoal, o homem angolano realmente não vive sem mulher?
KAYAYA JUNIOR – Falando na primeira pessoa, eu não vivo sem mulher, e eu sou rodeado de mulheres, no trabalho e em casa e por isso não vivo sem mulher.
WILLIAM LEMOS – Hoje o ator angolano consegue viver de teatro em Angola?
KAYAYA JUNIOR – Tenho que concordar em absoluto na forma e em todos os aspectos, Não. Não se consegue se viver do teatro em Angola, da arte, da cultura em Angola.
WILLIAM LEMOS – O público brasileiro quer saber quem é você?
Fernando Mailoge
FERNANDO MAILOGE – Viva! Fernando Mailoge é meu nome, sou ator há 15 anos, comecei no teatro , posteriormente recebi um convite para participar do filme “Rastro de Sangue” como protagonista, daí fui convidado para participar do Ginga a Rainha de Angola, como protagonista, novela que concorreu em prêmios nos Estados Unidos, isso em 2016, depois participei da serie Macongo, depois fiz vários filmes e novelas e atualmente faço parte da novela “ O Rio” da DSTV, este ano ganhei o premio de melhor ator de televisão na Angola Fashion World e agora estou na peça “Eles Não Vivem Sem Mulheres”.
WILLIAM LEMOS – Na sua opinião pessoal, o homem angolano realmente não vive sem mulher?
FERNANDO MAILOGE – Bem! Eles Não Vivem Sem Mulheres. Olha, eu digo que viver é muito complexo, não vou dizer que o homem angolano não consegue, tanto o angolano quanto o brasileiro. O que acho é que cada um tenha a mulher certa.
WILLIAM LEMOS – Hoje o ator angolano consegue viver de teatro em Angola?
FERNANDO MAILOGE– Epâ! É complexo também. Eu acredito que estamos aqui para lutar e poder mudar e encontrar o ouro nesta lama. É muito fundo, muito fundo mesmo. Nós temos as pessoas certas, e juntas precisamos mudar esse paradigma, precisamos de apoio, projetos e juntos caminhar e assim poder viver de teatro. A maioria dos atores aqui gasta do seu bolso para financiar projetos teatrais.
WILLIAM LEMOS – O público brasileiro quer saber quem é você?
Nelson Faustino
NELSON FAUSTINO – Olá, sou Nelson Faustino, a minha experiência na arte cênica começou cedo, aos 04 anos de idade, na novela “O Homem nunca chora”, minha experiência começou nesta época, fiz vários trabalhos de disquetes falando em inglês. No Henrique arte comecei a fazer teatro, depois veio o Linga Teatro, vim para o Brasil três vezes em peças, fiz o filme “Rastro de Sangue”. No ano passado fiz o filme “Contra todos”, a novela “Rio” e “Windeck”. Este ano fiz o filme “sangue quente” e atualmente estou no ar na série “Hotel Palanca” com o personagem “Ramalho Silva” o gerente do hotel. Realizei inumeras públicidades – Sou a voz mais publicitaria de momento em locações de marcas, serviços e dublagens com o ultimo contrato com a produtora brasileira “”Conosenti Mídia” para uma temporada em aberto. Tenho larga experiencia na música e também sou artista plástico.
WILLIAM LEMOS – Na sua opinião pessoal, o homem angolano realmente não vive sem mulher?
NELSON FAUSTINO – A peça nos trás seis tipos de mulheres… e esses tipos não precisamos… a pergunta é? Será que não precisamos destes tipos de mulheres? A família é o pilar da sociedade e se o homem e a mulher não conseguem estabelecer uma relação, haverá uma família doente, uma sociedade doente. Então, o homem não vive sem mulher.
WILLIAM LEMOS – Hoje o ator angolano consegue viver de teatro em Angola?
NELSON FAUSTINO – Não, não é possível viver de teatro em Angola. Infelizmente temos que trabalhar em outras profissões para manter isso. O que precisamos é de apoio, assim como foi dado aqui no Brasil, temos que ter iniciativas assim como se tem no Brasil. Tendo esses apoios poderemos sim, viver do teatro. Acredito que precisa ter projetos de leis, legislações em Angola para poder ter apoio de empresas.
WILLIAM LEMOS – O público brasileiro quer saber quem é você?
Joel Mulemba
JOEL MULEMBA – Saudações a todos. Sou Joel Mulemba, diretor e ator de teatro, eu comecei a minha carreira fazendo figuração em 2008 na novela “Doce Pitanga”, mas eu costumo dizer que a minha definição artística começou em 2010 quando entrei no grupo Elion Teatro, em 2014 ingresso ao grupo “Henrique Artes” onde pude encontrar as minhas maiores referencias do Teatro. No ano de 2019 comecei a dirigir os maiores espetáculos de teatro de Angola a nivel das produtoras de teatro, segundo a midia angolana, sou o diretor por trás dos maiores espetáculos atualmente, sou vencedor dos globos de ouro de Angola de 2022 na categoria de melhor encenador, venci o desfile acadêmico da universidade católica e com a faculdade de direito, e hoje estou aqui fazendo o meu primeiro trabalho internacional como diretor e ator da peça “Eles Não Vivem Sem Mulheres” junto desses que são os maiores atores de Angola. Acredito que o sucesso é conseqüência de tudo que estamos fazendo ao longo de todos esses anos.
WILLIAM LEMOS – Na sua opinião pessoal, o homem angolano realmente não vive sem mulher?
JOEL MULEMBA – Baseando na criação humana, essa pergunta é fácil responder, o homem em geral não vive sem mulher, pode ate haver divergências, porém a continuidade precisa do homem e da mulher. A pergunta é que tipo de mulher queremos?
WILLIAM LEMOS – Hoje o ator angolano consegue viver de teatro em Angola?
JOEL MULEMBA – Não, não é possível vivermos da arte em Angola. Nenhum país sobrevive sem uma indústria e em Angola não existe essa indústria e nenhuma política, no papel até existe, mas na prática não. O teatro é a arte que mais se fez representatividade em nosso país, o teatro funciona de segunda a domingo em Angola. Não vamos conseguir ter um crescimento na arte em geral sem um reconhecimento.
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