Natural de Guiné-Bissau, ela que também é influenciadora digital e modelo, desenvolve vários projetos de cunho social em seu país de origem
A empreendedora guineense Telma Seidi, conhecida como Tita Pipoka, esteve recentemente no Brasil e participou de várias atividades em razão do mês da consciência negra.
Em uma das pausas entre os encontros, ela conversou com o Portal Afro sobre sua trajetória, projetos e outras questões que envolvem seu trabalho. Perguntada sobre como vê a diáspora africana, Tita ressaltou: “A diáspora africana precisa encontrar suas raízes e está à procura do orgulho negro que passa pela nossa história. Aqui no Brasil, por exemplo, não há este conhecimento e as escolas daqui não ensinam sobre a África. Por isso, precisamos produzir um intercâmbio cultural para que os brasileiros sintam orgulho e saibam que têm uma descendência rica” observou.
Ela que estudou em Portugal e na Inglaterra, também falou sobre o racismo estrutural do país lusófono, quando comparado à Inglaterra, país que já implementou leis mais favoráveis às pessoas negras. Tita que cresceu reconhecendo sua identidade e se orgulhando dela, hoje desenvolve projetos sociais que visam capacitar os jovens do seu país e prepará-los para ambientes nos quais o conhecimento digital é essencial. Tendo a educação e o empreendedorismo como bases, o projeto Rescue Dreams, por exemplo, tem como proposta a capacitação e o empreendedorismo. Sobre isto, Tita afirmou: “O jovem africano tem muito potencial empreendedor e por mais que sejam pequenos negócios, estes oferecem experiência”, observou. Ressalte-se que para estimular o intercâmbio entre Brasil-África, sugerido por Tita como forma de estimular o conhecimento entre ambos, o Instituto Mulheres Solidárias, sediado no Brasil, atuará em parceria com o Rescue Dreams justamente para compartilhar experiências.
A cooperação mútua foi anunciada durante o FórumSP Afro 2022 que ocorreu no memorial da América Latina em São Paulo, no final de novembro. O que se espera é que através desta parceria, seja possível estimular reflexões que concretizem projetos sociais que, por sua vez, gerem impactos positivos nos dois países. Reduzir as desigualdades e construir uma vida digna tanto para os jovens guineenses quanto para os brasileiros, também faz parte dos objetivos da parceria.
Ao longo da entrevista que você assiste a seguir, Tita Pipoka também falou sobre seus tempos de estudante, em Portugal e na Inglaterra, lembrou suas origens e reforçou o orgulho que sente por ser uma mulher negra e africana: “Levo minha bandeira, meu país, meu orgulho negro e, assim, me sinto bem em qualquer espaço”, salientou.
Por fim, ela também ressaltou que sua intenção é que mais jovens guineenses possam ter as mesmas oportunidades que ela teve.
Deixe um Comentário
Você deve logar para comentar