Manhattan, NY – É de conhecimento (ou desconhecimento) de muita gente que políticos de todas as ideologias costumam distorcer a realidade. Em muitos casos, eles mentem descaradamente sem qualquer pudor. Aqui nos EUA, o político mais mentiroso que já ouvi falar nestes mais de 30 anos morando em NYC é, sem dúvida alguma, o ex-presidente Donald Trump.
No debate presidencial do dia 10/9, diante de mais de 67 milhões de telespectadores ansiosos para testemunhar o primeiro (e único) debate entre os dois candidatos de olho na Casa Branca, de todas as distorções (e foram várias) que ele falou, a que mais chamou a atenção foi, sem dúvida alguma, sua afirmação de que pessoas dentro da comunidade haitiana morando na pequena cidade de Springfield, Ohio, estavam comendo os animais domésticos (cachorros e gatos) de seus vizinhos.
Mesmo depois de ter este fato verificado por um dos moderadores do debate, afirmando que a produção tinha entrado em contato com a pessoa responsável pela administração da cidade e não havia nenhum indício desta natureza, Donald Trump, não satisfeito, afirmou que ele tinha visto declarações de moradores na televisão, portanto deveria ser verdade.
Durante o debate, o ex-presidente tentou defender seu recorde como presidente entre 2017 e 2020. Durante sua administração, ocorreu a pandemia, onde mais de um milhão de pessoas perderam suas vidas. Na época, assim como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ele se recusou a tomar a vacina, a usar a máscara e, por último, não acreditava no distanciamento social. Durante sua gestão, o déficit orçamentário foi à estratosfera. Ele ameaçou também sair de agências inter-globais como a OTAN, afirmando que os países que fazem parte desta importante organização deveriam pagar mais pela proteção dos EUA. Além de se aproximar do ditador russo Vladimir Putin, algo impensável para um presidente norte-americano, fosse ele democrata ou republicano.
Donald Trump está infiltrado no imaginário norte-americano desde o final dos anos 1970, quando praticamente assumiu o controle dos negócios imobiliários do seu pai. Que, diga-se de passagem, se recusava a alugar suas propriedades para pessoas negras. Donald Trump tem um ego maior do que o antigo e famoso estádio de futebol no Rio de Janeiro, o Maracanã, onde cabiam 200 mil pessoas.
Kamala Harris esperou o momento certo para cutucá-lo onde ele é mais vulnerável: seu enorme ego. Quando ela mencionou o tamanho do público nas suas campanhas, juntamente com o fato de que as pessoas estavam saindo antes mesmo de terminar por causa da chatice dos seus comícios, ele simplesmente perdeu toda sua compostura. Não se contendo, afirmou sem qualquer pudor que cães e gatos estavam sendo roubados de moradores em Springfield para servirem de comida dentro da comunidade haitiana local.
Antes do debate, muita gente no país se perguntava quem é a vice-presidente. No que ela realmente acredita. Todas estas incertezas foram apagadas durante o debate que durou aproximadamente 90 minutos. Donald Trump foi surpreendido logo no início quando Kamala Harris, ao entrar toda elegante e segura no local do debate, foi até o pódio onde estava seu oponente e o cumprimentou sem qualquer hesitação. Com este gesto, ela estava informando ao público que estava totalmente preparada para debater o ex-presidente. E foi exatamente isso que ela fez durante os 90 minutos de debates entre eles. Segundo suas palavras, votar para o ex-presidente é remar para o passado. “Donald Trump só tem uma preocupação: ele se preocupa consigo mesmo”, ela disse. “Sua campanha é baseada em reclamações e recriminações.”
Como diz o ditado popular, o peixe morre pela boca. E foi exatamente isto que aconteceu com Donald Trump no debate entre ele e a candidata democrata Kamala Harris. Em nenhum momento durante o debate ele propôs ideias novas ou como ele governaria para o país como um todo. O ex-presidente está preso dentro de um casulo mental cheio de rancor e ignorância.
(Edson Cadete)
#opiniao
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