Quando começamos a ser Antirracista?
O Prof. Denilson Costa pediu para eu publicar o texto abaixo, que se encontra após a introdução a seguir , devido a um problema técnico em seu computador. Ao ler seu texto fui inspirado a fazer uma introdução ! Gratidão ao Prof. Denilson pela sua colaboração.
A nossa resistências está nos troféus
De todas as manifestações que tenho visto para falar de racismo pernicioso, a mais elegante é quando temos um troféu em mãos. Quantos troféus já calaram conceitos científicos manipulados e tendenciosos. Portanto, vamos continuar a levantar troféus em paralelo a outras linhas de conquistas de nossos Direitos Humanos. Queremos frisar que a resistência do povo preto na conquista de seus direitos humanos tem aberto portas para percepção que podemos viver em um mundo melhor de respeito um pelo outro.
Agora, logo abaixo, o texto do nosso colaborador Prof. Denilson Costa.
Quando começamos a ser Antirracista?
Autor: Prof.Denilson Costa
Muitos brancos dizem não achar ofensivos o uso de termos como “macaco/a” para se referir a negros, por não pensarem direito ou por não conhecerem o legado histórico da escravidão. Usando a ciência de encomenda como muleta moral à escravização de africanos, os eugenistas e os religiosos chegaram escrever estudos para provar que eles não eram bem humanos, e sim humanóides que, numa escala evolutiva, estavam infinitamente mais próximos do macaco do que do homem ideal, o caucasiano. Chamar um negro de macaco, e isso geralmente é feito com a intenção de ofender, porque sabe-se que ofende, é resgatar o forte legado histórico da eugenia, com todo o peso de gerações e gerações de negros que vêm sofrendo racismo através dos séculos. Brancos que dizem que o chamamento não é ofensivo, e que ligam o sistema de auto-defesa alegando que na escola, por serem muito brancos, eram chamado de alemão azedo em bicho de goiaba, deveriam imaginar a seguinte cena e analisá-la dentro de contextos históricos próprios: torcedores querendo ofender, por exemplo, o jogador Vinícius junior, jogam bananas dentro de campo, enquanto torcedores querendo ofender o goleiro Cássio do Corinthians jogam goiabas.
Levantando-se a casca da banana, encontraremos tudo lá: captura, sequestro, porão de navio, marca corporal feita a ferro em brasa, separação de parentes, trabalhos forçados, condições sub-humanas de vida, teorias racistas de hierarquização, castigos físicos e psicológicos, estupros, privações, humilhações, pobreza, descaso etc etc etc… Levantando-se a casca da goiaba, podemos até encontrar alguns bichos, mas a grande maioria de nós, pelo menos os criados no interior, comia goiaba com bicho e tudo e nem percebia, porque não havia “legado histórico”, ou “indigestão” referente ao que o bicho da goiaba representa no passado da humanidade. A banana, aqui, entra na categoria dos símbolos, aqueles que, em determinada situação, já são racistas por si só, como as cruzes em chamas da Klan para negros norte-americanos, ou a suástica para os judeus.
Ou seja, o assunto é complexo, e é impossível que se possa ter qualquer opinião decente informando-se apenas pelo que sai na mídia. Principalmente em jornais e revistas que, em editoriais e colunas de colaboradores apadrinhados (e aqui também uso o apadrinhamento já tão bem mostrado por Roberto da Matta, em “A casa e a Rua”) no sentido meio “klannishiniano” da palavra: viver entre os que têm as mesmas ideias, a mesma herança e os mesmos ideais.), se colocam firmemente contra qualquer iniciativa dos Movimentos Negros (e aqui é sempre bom que se diga que também há muitos brancos nesses movimentos). Desconfiem sempre das intenções de quem diz frases como “para encerrar o assunto”, ou “para acabar de vez com a polêmica”, “para colocar um ponto final nesse imbróglio”, porque a conversa ainda nem começou, ou não está sendo televisionada, e a gente ainda tem muito que aprender sobre a resistência dessa doença moral na nossa sociedade. Casos pontuais como esse do livro Caçadas de Pedrinho são interessantes porque permitem que certos processos históricos sejam trazidos à tona dentro de um contexto atual. Nesse caso específico, quero falar um pouco do processo de implantação e desenvolvimento da educação pública no Brasil, e como isso é determinante para a situação que estamos vivendo agora.
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O NEGRO
Relações éticas raciais na sociedade brasileira
O racismo a partir das relações éticas tem como objetivo analisar o preconceito como resultado da ignorância das pessoas que se prendem as ideias pré-concebidas, que podem não neutralizar ações injustas e trata-las como brincadeiras ou desentendimentos. Dessa maneira o racismo torna-se mascarado sob o ponto de vista histórico social, tendo a escola como meio de aprendizagem para uma sociedade igualitária, já que de fato a concepção de uma cultura uniforme é uma construção fortemente enraizada na produção de material didático no Brasil e faz parte de uma das representações mais comuns da chamada identidade brasileiras e com isso estimulariam o melhor convívio da sociedade. A História da Educação Brasileira mostra a exclusão do negro do processo educativo. O espaço escolar ainda hoje é excludente com relação ao negro que são alvos de todo o tipo de preconceito. Esse é um grande desafio a lei 10.639/03, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações étnico-Raciais e para o Ensino de História, Cultura Afro-Brasileira e Africana. Outra questão relevante é a presença do negro na mídia acaba proporcionando várias modificações na nossa sociedade atual sendo assim, o negro acaba tendo uma abordagem mínima, que revelam a desvalorização desse grupo, com o passar dos anos refletem o racismo ganhando presença na sociedade brasileira, visto assim, o negro acaba tendo uma abordagem mínima, que revelam a desvalorização desse grupo, com o passar dos anos. O racismo no Brasil é evidenciado, em termos ousados como uma “doutrina”, destacando que não é generalizada mais em uma proporção considerável. No qual se identifica em determinadas atitudes como o linguajar, em gestos, política ou religião. No entanto, muitos tentam aperfeiçoar, relatando que o Brasil não é um País racista, por ser miscigenado. Entretanto esta superioridade em relação à patrão é branco e empregados negros, perpetua-se quase 500 anos depois que o navio trouxe negros para trabalharem em terras recém descobertas. Percebe-se no mapa de violência do Brasil, que a taxa de mortalidade dentro jovem negros é mais elevado que jovens brancos, no entanto está ocorrendo um genocídio invisível aos indivíduos.
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