Assista entrevista de Elisa Lucinda exclusiva para o Portal Afro
No inicio dos anos 2000, Joel Zito Araújo lançou um filme e livro, chamado a Negação do Brasil, no qual abrange aspectos do estereótipo do negro na telenovela brasileira. Realmente era do tipo se um estrangeiro chegasse no Brasil, iria achar que era um pais só de brancos, pois na televisão éramos invisíveis.
Quando, em dezembro de 2022, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, ouvi Lucinda dizer do seu encantamento de participar de uma novela onde a maioria dos protagonistas eram negros, fiquei pasmo, e pensei sobre o nome do livro que ela foi convidada a escrever um poema, os pretos resistiram mesmo ao processo de exclusão centenário que somos alvo.
E fiz questão de assistir alguns capítulos e verificar a diversidade de fés, etnias, relacionamentos, representando um Brasil mais Real, quanto a sua constituição diversificada.
Mas ainda tenho a esperança de termos uma rede de TV, constituída por investidores, que apostem em uma BET ( Black Entertainment Television ) brasileira, que se mantenham em um padrão de qualidade e produção de novelas, e programas que retratem a realidade dos pretos no Brasil pelos próprios pretos, por questão de autenticidade, capacidade, direitos humanos.
Netinho de Paula, em 2005 anunciou a TV da Gente que acabou não sendo de ninguém, o próprio prof. Hélio Santos foi responsável por um programa na TV Bandeirantes, chamado Axé Brasil protagonizado por elenco de negros, que também ficou sem Axé.
É importante saber que como os quilombos que tiveram mais de 5 mil pelo Brasil, as iniciativas de canais de TV e rádios comunitários foram freiados pelo sistema para que se mantivessem o poder nas mãos daqueles que preferem o monopólio e a lei de muito para poucos.
Mas hoje, pela internet existem várias iniciativas autorais de comunicar sua realidade, através de podcast, algumas produções, filmes e séries, noticias que ainda não chegaram no processo de aglutinação em redes para se fortalecerem como uma cadeia de influência de conscientização das oportunidades que temos de buscar condições melhores de vida social e econômica neste pais e na diáspora africana.
Criar um processo de cotas para concessões de canais de comunicação, poderia atender ao processo de cotas por etnias representativas da população, e neste caso poderíamos ter concessões para TV’s indígenas, de afrodescendentes, e outras parcelas de etnias representativas da população.
Portanto, Vamos na Fé na conquista de novos espaços midiáticos, pois somos resistentes ao processo de exclusão racial no Brasil
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