Encontro com pauta nos povos bantu do continente e da diáspora africana
Com vasta programação, encontro traz muitas informações para identidade dos 54% da população afro-brasileira, interessada no valor histórico trazido pelos africanos aqui no Brasil.
” Com o tema “Tradição Bantu no Brasil e na África: Gabão, Angola, Congo, Moçambique e Camarões”, a 4ª edição do ECOBANTU vai reunir, durante os dias 4, 5 e 6 de maio, representantes da matriz cultural Bantu do continente e da diáspora no Memorial da América Latina em São Paulo, a partir de idealização e organização do ILABANTU – Instituto Latino Americano de Tradições Bantu.
A nomenclatura Bantu (plural de muntu, “pessoa”, em kikongo) designa um conjunto de povos localizados na África Central que, mesmo falando línguas distintas, utilizam termo aparentado para se referir à pessoa. São bantu expressões culturais brasileiras reconhecidas internacionalmente como patrimônio nacional, caso da capoeira, do samba, do jongo e do maracatu, para citar apenas alguns exemplos. Uma das matrizes do Candomblé – termo que, no século XIX, passa a denominar práticas afro-religiosas a partir da Bahia – é congo-angola e dela emanou muitas das expressões culturais brasileiras. Mas não se (re)conhece a história e os processos que ensejaram a diversidade de expressões que se renovam permanentemente no Brasil e na diáspora, a exemplo de artistas de novas gerações de estilos musicais variados em diferentes países.
Sucedendo edição realizada em 2015 na Galeria Olido, o IV Ecobantu promove, em feito inédito, encontro entre autoridades representantes da tradição e de governos de cinco países africanos e de países afrodiaspóricos, além de artistas, pesquisadores e membros da sociedade civil, da África Central e de povos bantu em diásporas das Américas do Norte e do Sul.
A realização deste encontro, articulado durante a Década Internacional dos Afrodescendentes, conforme calendário estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), potencializa caminhos para a discussão de mecanismos de preservação de memória e identidade de povos que, por séculos, tiveram sua história alterada, negada e silenciada.
Contando com o apoio dos países africanos envolvidos, especialmente Gabão, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério dos Direitos Humanos, Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, Fundação Memorial da América Latina, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia(Sepromi), Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra, Departamento de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo um dos muitos pontos importantes na realização do ECOBANTU é o entendimento de aspectos culturais africanos e de suas ressignificações na travessia atlântica no decorrer dos séculos. Trata-se de esforço significativo na atualização de vínculos entre povos que, mesmo apartados pelo comércio transatlântico de seres humanos escravizados, nunca estiveram distantes.
Com este novo canal de diálogo, vislumbra-se abertura ao contato e aos significados da África para os povos bantu do continente Americano, e vice-versa, em momento que as relações Sul-Sul têm despontado como alternativas para o reordenamento de um cenário geopolítico global. Fazendo jus à histórica união de matrizes culturais africanas que se entrecruzam dentro e fora do continente, o ECOBANTU conta com a participação de outros complexos culturais africanos, também formadores da diáspora negra brasileira e americana, conforme programação do evento divulgada a seguir.
IV ECOBANTU
Tema :
« A Tradição Bantu no Brasil e África :
Gabão, Angola, Kongo, Moçambique, Camarões»
São Paulo
4, 5 e 6 de Maio de 2018
ILABANTU / NZO TUMBANSI
IV ECOBANTU
Tema :
« A Tradição Bantu no Brasil e África :
Gabão, Angola, Kongo, Moçambique, Camarões»
4, 5 e 6 de MAIO de 2018
DAS 9h00 ÀS 21H00
LOCAL: MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA- AUDITÓRIO SIMÓN BOLÍVAR
Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Portão 13 – Barra Funda
São Paulo – Brasil
Epígrafe
«Temos pedaços de uma história a recolar. Porque pior das coisas, é o apagamento da nossa história. Os outros quiseram escrever, para nós, a nossa própria história. Não vamos e não podemos deixá-los fazer. »
ALI BONGO ONDIMBA
Libreville, ao 19 de maio de 2016
A palavra do apoiador
Se aceitei a iniciativa que me foi proposta de vir associar-me neste encontro, aqui em São Paulo, no âmbito da Década das pessoas de ascendência africana, é sobretudo porque sempre senti que algo nos tinha sido roubado. Tenho este sentimento de um roubo que lancina em mim. Era importante que este sentimento esteja atenuado, aos vossos lados.
Para além de tudo isso, temos pedaços de uma história a recolar. Porque pior das coisas, é o apagamento da nossa história. Os outros quiseram escrever, para nós, a nossa própria história. Não vamos e não podemos deixá-los fazer.
Houve um problema: quis-se inculcar-nos um complexo de inferioridade. Quis-se nos apresentar como um continente em atraso. Um continente sem futuro. Não somos seres sem passado nem futuro. Temos um futuro. Demorar-nos-íamos atrasados se não conseguirmos explicar por nós próprios as causas deste atraso.
Não somos um capítulo vazio. Podemos corrigir a história, a nossa história. Vamos continuar a choramingar? A minha opinião é dizer que é importante servir-nos deste reencontro para juntos reescrevermos a história deste mundo. O que é uma maneira de dizer aos outros que existimos e que temos um futuro evidentemente a escrever. Pior das coisas, é apagar a história.
O meu desejo é que cada um de nós, no seu domínio, preencha as páginas e os capítulos que permaneceram vazios. Aquilo foi feito intencionalmente. Reescrevamos a nossa história sem fraqueza, sem vergonha, sem sentimento de amargura nem vingança. Teremos vergonha a não o fazer.
Agora que nos reapropriamos o nosso destino, perpetuar o silêncio seria um grande crime. Não há uma África. Há Áfricas que inspiraram outros continentes. Possa este encontro ser uma chama que não se apagará mais. Este futuro deve nos pertencer.
ALI BONGO ONDIMBA
Presidente da República Gabonesa,
Chefe do Estado
PARA ALÉM DOS TEMPOS,
JUNTOS, CONSOLIDEMOS
A UNIDADE BANTU
- O CONTEXTO DA REALIZAÇÃO DO EVENTO
A partir do lançamento da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024) proclamado pela Assembléia Geral das Nações Unidas – ONU o Povo Bantu passou a reuni-se uma vez por ano para semsibilisar o mundo no âmbito da luta contra os preconceitos, a intolerância, xenofobia e racismo.
O Instituto Latino Americano das Tradições Bantu (ILABANTU) em consonância aos objetivos da Década Internacional organiza este ano a sua quarta edição, com a plataforma fraternal bantu das Américas, nascida do espírito de luta e reafirmação da dignidade bantu. Reuniremos em São Paulo mais de 1600 irmãos e irmãs procedentes de todas as Américas, sem estar a esquecer os nossos “antepassados vivos” vindos da nossa terra de origem, a África. Preferimos dizer a África Bantu.
O IV ECOBANTU, que tem como tema este ano “Tradições bantu no Brasil e África”, é uma edição específica pois haverá a presença excecional do líderes bantu, principalmente Representantes de Sua Excelência ALI BONGO ONDIMBA, Presidente da República Gabonesa, país africano bantu que apoia o encontro.
O Presidente ALI BONGO ONDIMBA oriundo do Gabão, país mundialmente conhecido não somente para a sua grande riqueza cultural, rica história e o seu extraordinário senso da hospitalidade, mas também porque é o país da sede do Centro Internacional das Civilizações Bantu (CICIBA), fundado há 35 anos por Sua Excelência EL Hadj OMAR BONGO ONDIMBA, nosso antepassado comum.
É efetivamente o Presidente ALI BONGO ONDIMBA que, acolhendo na terra do Gabão, os nossos congéneres Afrodescendentes, teve de nos recordar uma verdade que nos diz respeito todos, o quanto todos nós somos Bantu, e que não esqueceremos a celebração desta Década, onde estejamos: «É importante servir-nos destes reencontros para juntos reescrevermos a história deste mundo. O que é uma maneira de dizer aos outros
que existimos e que temos um futuro evidentemente a escrever. Pior das coisas, é apagar a história.»
Esta realidade é a bússola que permite ao ILABANTU resistir com consciência que este encontro de São Paulo se realiza no Memorial da América Latina – Auditório Simón Bolívar (um nome encarregado de história à escala da nossa América), baseia-se de três símbolos essenciais: (I) celebrar as nossas raízes bantu na consideração da partilha da nossa memória comum, que doravante pertence a toda a humanidade; (II) fazer do Brasil o ponto de concentração último de todos Bantu do mundo das Américas sob a advocacia do CICIBA; (III) redizer a nossa solidariedade bantu em redor da liderança de Sua Excelência ALI BONGO ONDIMBA.
É desta maneira que juntos (como recomendaram-nos os nossos irmãos do Gabão e os Afrodescendentes presentes, em maio de 2017, à primeira edição desta Década em Libreville) nós «trabalhamos para construir a Ponte da unidade bantu» para terminar com a pesada carga da deportação e dos exílios eternos. - A RESPEITO DE ILABANTU, O ORGANIZADOR
Fundado ao 22 de setembro de 1985, sob o n° 2032 (CNPJ-MF 09351037/0001-39), o Instituto latino-americano para a preservação das culturas africanas de tradição Bantu (ILABANTU), é uma organização a caráter cultural e científico sedeado no Brasil (São Paulo), dispondo das ramificações sobre o conjunto do território Brasil e nas Américas do norte, central, latina e nas Caraíbas.
Ntu, Muntu, Bantu e Mbuntu são lexemas que dão sentidos à sua ação, «ntu» (homo em latim e prosôpon em greco) sendo o radical o mais profundo que leva a essência primeira da comunidade bantu até agora na América.
Subscrevendo aos valores humanistas, o Instituto participa principalmente à valorização e promoção das civilizações bantu nas Américas em ligação com a terra prima da África. A esse respeito, desde o fim de 2017, com base dum acordo bilateral, ILABANTU foi reconhecido pelo CICIBA como parceiro e representante oficial dos interesses do dito Centro nas Américas. Da mesma maneira, o ILABANTU trabalha em interação com as universidades dos países do hemisfério Sul num espírito de partilha epistemológica e de diálogo fraternal.
O ILABANTU assegura além disso o fomento, promoção e fruição da Cultura dos Povos e Comunidades Tradiconais de Matriz Bantu por meio de dezenas de ações educacionais, artistico culturais e de comunicação no Brasil e em toda a América.
O ILABANTU afiança também a promoção dos direitos humanos, do homem e da mulher, da africanidade bantu em ligação com as questões afrodescendentes, as da democracia, da harmonia entre os povos e dos valores eternos bantu.
- AS ESPECTATIVAS
– Honrar a África bantu e o seu lider ALI BONGO ONDIMBA;
– Consolidar as relações entre a África e as Américas bantu;
– Redefinir novos laços de humanidade entre irmãos e irmãs das Américas e as instituições estatais;
– Cultivar a diversidade no seio da grande família bantu transcontinental;
– Comprometer junto um balanço da situação e a evolução dos direitos dos afrodescendentes em 2018;
– Celebrar os reencontros entre os Chefes tradicionais dos dois bordos dos oceanos por uma aproximação física e espiritual;
– Permitir aos Ministros da cultura e das Artes membros do CICIBA de encontrar-se em redor dos seus descendentes de ultramar;
– Ajudar a redescobrir a criação africana via as prestações artísticas e exposição das obras de artes;
– Federar os representantes das instituições de investigação africanos e brasileiros em redor desta manifestação;
– Atualizar o conhecimento sobre as questões do tráfico de seres humanos escravizados;
– Editar os Atos do IV ECOBANTU para perpetuar, difundir e dar maior acesso as reflexões que decorrerão do encontro.
- LÍNGUAS DE TRABALHO
Tendo em conta a diversidade das zonas de origem dos participantes, as línguas seguintes serão utilizadas aquando de este encontro: português, inglês, espanhol e francês.
- FORMATO DO ENCONTRO
Mais de 1600 pessoas (altas personalidades e convidados em geral, cientistas interdisciplinares, mulheres e homens de cultura, representantes da chefia tradicional afro-brasileira, etc.) são esperadas no Memorial da América Latina – Auditório Simón Bolívar – São Paulo.
SOMOS BANTU E ORGULHOSOS DE O SER
PROGRAMA
Sexta-Feira 4 de maio de 2018
09h00 – Inscrições e Credenciamentos
10h00 – Abertura Oficial
Abertura com Show da cantora baiana e atriz Ana Mameto
11h00 – Acolhimento e instalação das autoridades tradicionais
- Sua Majestade Innocent Nayang Toukam, Rei de Batufam (Camarões)
- Sua Alteza Espérance Feuzeu (Camarões)
- Sua Majestade Ta Kombouet Marcel, Rei dos Benga (Gabão)
- Sua Majestade Mfumu Difima, Rei de descendência Kongo (República Democrática do Congo)
- Autoridades tradicionais de matriz africana afro-brasileiras (guardiões e detentores da cultura na diáspora africana)
– Acolhimento e instalação das autoridades políticas, diplomáticas, culturais e académicas:
• Embaixadores (Gabão, Angola, Congo, Camarões, etc.)
• Exma Sra Paula Alves de Souza, Ministra do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores (Brasil)
• Professora Doutora Soraya Soubhi Smaili – Magnifica Reitora da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp)
• Exmo Sr. Juvenal Araújo Junior, Secretário Nacional de Politicas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério dos Direitos Humanos (Brasil)
• Exmo Sr.Erivaldo Oliveira da Silva, Presidente da Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura (Brasil), Representante do Ministro da Cultura
• Exmo Sr.José Luis Penna, Ex-Secretario de Cultura do Governo do Estado de São Paulo
• Exmo Sr Antonio Biagio Véspoli – Representante da Câmara Municipal de São Paulo
• Exmo Sr Dr Cláudio Silvestre Júnior – Secretário de Governo, Ciência e Tecnologia da Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra
• Representante da Presidência da Fundação Memorial da América Latina
• Ilma. Sra Dra Mayra Belmonte Lanza – Coordenadora de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo
• Diretor Geral do CICIBA, Professor Antoine MANDA TCHEBWA (Gabão)
• Secretário Geral Adjunto Encarregado da Cultura e Assuntos Sociais CEEAC (Gabão)
• Secretário Executivo do CERDOTOLA, Professor Charles Binam Bikoï (Camarões)
• Diretor Executivo da OCPA, Professor Lupwishi Mbuyamba (Moçambique)
• Representantes da Comunidade académica e científica do Brasil
• Secretário Executivo da Academia das Línguas Africanas, Dr. Lang Dan Fa (União Africana, Adis-Abeba)
• Presidente da Associação das Pessoas de Ascendência Africana, Dra. Marie-Evelyne PETRUS-BARRY (Guadalupe)
• Coordenador Geral do CELTHO, M. BULU (União Africana, Adis-Abeba) - Ministros da Cultura convidados :
Ø S.E. Sr. Alain Claude BILIE-BY-NZE (Gabão)
Ø S.E. Sr. Astrid MADIYA (República Democrática do Congo)
Ø S.E. Sr. Dieudonné MOYONGO (República do Congo-Brazzaville)
Ø S.E. Sr. Narcisse Moelle KOMBI (Camarões)
Ø S.E. Sr. ESONO NDONG Ruffino (República da Guiné Equatorial)
Local : Memorial da América latina – Auditório Simón Bolívar, São Paulo, Brasil
• Apresentação artistico cultural afro-brasileira
- Recepção aos Representantes de Sua Excelência ALI BONGO ONDIMBA, Presidente da República Gabonesa, apoiador do IV ECOBANTU
- Alocuções de circunstância :
– Autoridades Brasileiras
– Coordenador Geral do ILABANTU e Representante para América Latina do Centro Internacional das Civilizações Bantu(CICIBA), Sua Senhoria, o Senhor Walmir Damasceno (Tata Nkisi Katuvanjesi)
- Cerimónia de entrega das distinções honoríficas a personalidades
– Rito tradiconal de origem afro-brasileiro bantu – Homenagem aos 70 anos de Mãe Mirinha do Portão – Terreiro São Jorge Filhos da Gomea – Saudação Mam`etu Kamurissi – Mãe Lúcia de Dandalunda
– Decoração e entrega de presentes
– Palavra do Representante de Sua Excelência, Presidente da República Gabonesa
– Fotografia de família (recipiendário cercado das Autoridades brasileiras, Ministros africanos convidados, Diretor Geral do CICIBA, Secretário Executivo do CERDOTOLA, Secretário Executivo da OCPA, Reitora da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp), Univerdiade Estadual de São Paulo(Unesp), Secretário Executivo do ACALAN, Coordenador do CELTHO, etc.)
16h00 – Colóquio internacional sobre o tema:
« TRADIÇÕES BANTU NO BRASIL E ÁFRICA »
PAINEL 1 : SOBREVIVÊNCIAS DAS TRADIÇÕES AFRICANAS BANTU
Ementa:
Apesar da gigantesca quantidade de seres humanos escravizados de inumeras regiões do continente africano trazidos a força para as américas a(o) negra(o) e seus descendentes ressignificou e perpetuou seu continuo civilizatório nos países em que foram aportados. A enorme contribuição das tradições do povo bantu influênciou inumeros espectros da cultura e sociedade. Como sobrevivêram nas américas e quais as pontes possíveis entre alguns destes principios bantu é o intento deste painel.
Painelistas :
– Professor Doutorando Zeze Nguellekka (Linguista, Universidade Nova Lisboa) : « A estética bantu na canção : O caso dos Ovimbundu do Sul de Angola »
– Professor Hédio Silva Júnior (Doutor em Direito pela PUC SP, Advogado de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana)
<< A tradição e o direito aos olhos do remédio juridico legal>>
– Professora Dra. Stefania Capone (Antropóloga do Centro Nacional de Pesquisa Cientifica – França e Museu Nacional do Rio de Janeiro: « A Busca da África no Candomblé: Tradição e Poder no Brasil»
– Embaixador Joaquim Augusto Belo Barroso Mangueira – Cônsul Geral de Angola em São Paulo << U união da familia e a tradição bantu>>
Moderador: Professor Dr. Deivison Nkosi (Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP)
20h00 – Intervenção Cultural
- Yvison Pessoa (CD Trajetória, São Paulo, Brasil)
• TOCA – Terreiro de Capoeira Angola – Mestre Limãozinho (Samba de Roda)
• Grupo de artistas do Gabão
Sábado 5 de maio de 2018
09h00 – Inscrições e credenciamentos
– Exposição do artesanato e moda africana e afro-brasileira
– Local: Memorial da América Latina (em frente ao Auditório Simón Bolívar)
10h00 – Colóquio internacional sobre o tema:
« TRADIÇÕES BANTU NO BRASIL E ÁFRICA »
PAINEL 2 : MEMÓRIA E REPRESENTAÇÕES
Ementa:
Um povo sem memória é como uma árvore sem raiz. E, ciente disso, os colonizadores investiram, desde o início, em processos de apagamentos culturais e estigmatização do legado civilizacional produzido pelos africanos e seus descendentes espalhados pelo mundo. Esta mesa se propõe a evidenciar essas memórias, significados e representações que cruzaram o atlântico com os povos aqui desembarcados compondo amefricanidades. Memórias vivas que seguiram se resignificando e se reinventando a partir de novos contextos e influências culturais.
Painelistas:
– Professora Dra. Renata Gonçalves (NEAB-UNIFESP): « Feminismo, racismo e intolerância»
– Dra. Sheila S. Walker (PhD, Afrodiaspora – Washington, D.C(USA)) « Congos Pan-Americanos nas Américas Bantu»
– Dra. Alessandra Ribeiro (Coord. Liderança Comunitária Jongo Dito Ribeiro) : « Territórios matrimoniais africanos, memórias e representações brasileiras»
– Fabia Reys (Secretária de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado de Bahia) : « Racismo institucional : incidências sobre as comunidades tradicionais »
Moderador: Kamila Borges Muxinande (Historiadora, Membro do ILABANTU)
12h30 – Intervenção Cultural: Jongo Dito Ribeiro
13h00 – Almoço
14h00 – Painel 3
PAINEL 3 : TRADIÇÕES AFRICANAS E CRIOULAS
Ementa:
No período colonial, culturas crioulas das Américas eram assim chamadas em distinção à cultura da então metrópole europeia, supostamente superior. No Caribe, línguas originadas com os sistemas de plantações escravistas, chamadas de crioulas, não obtiveram reconhecimento senão por luta e por afronta a idiomas europeus impostos por colonizadores. A partir de discussões iniciadas no século XX, crioulo passa a se constituir como marca de importantes ressignificações culturais africanas em afrodiásporas. Este painel se propõe a estabelecer diálogos entre tradições bantu do continente africano e tradições crioulas no século XXI.
Painelistas :
– Maganza Ndembwenin Liliane Braga (Doutora em História – PUC SP -, membro do Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora – CECAFRO-PUC SP) :« Terreiro Congo-Angola na Grande Selva-de-Pedra»
– Ana Amélia Dos Santos Cardoso (Kota Sualankala): « Bate Folha, 100 anos de resistência da Tradição Kongo Angola no Brasil »
– Investigador Carlos Bumba (Angola) «História política do Reino de Nhoni e a sociedade matrilinear»
Moderador: Taata Konmannanjy (Presidente de Acbantu)
16h00 – Painel 4
PAINEL 4 : BANTU E RESISTÊNCIAS
Ementa:
Os povos tradicionais de matriz africana foram fundamentais na construção das sociedades do chamado “novo mundo”. Não apenas a partir da sua mão-de-obra escravizada, especializada, mas também pelos seus princípios civilizatórios sociopolíticos culturais. Historicamente o povo negro luta contra o racismo e o apagamento de suas contribuições. Neste painel discutiremos quais foram e onde estão as resistências do povo bantu nos vários campos do pensamento e da prática. O hoje a partir do ontem.
Painelistas :
– Makota Valdina Pinto (Professora e Makota do Terreiro Tanuri Junsara, Salvador, Bahia)
– Dr. Hédio da Silva (Doutor em Direito pela PUC SP, Advogado dos Consulados de Angola em SP e RJ)
– John Bella Bela (Escritor e historiador): « Trajetória da Rainha Guerreira Njinga»
– Naice Zulu (Rapper e Panafricanista – Angola)
Moderador: Tata Luandenkossi (Marinho Santos da Organização Gongombira em Ilhéus na Bahia)
– Projeção Curtas-metragens: « O renascimento» e « Kimpa Vita- a Mãe da Revolução Africana»
18h00 – Intervenções artistico culturais
– Jongo da Serrinha
– Crioula’s Drum
– Rapper e Panafricanista Naice Zulu(Angola)
– DJ Plucky Lion (Panamá)
– Grupo Afro Bankoma
Domingo 6 de maio de 2018
09h00 – Inscrições e credenciamentos
10h00 – Mesa Redonda – Arte e Cultura Bantu: Desafios e Perspectivas
Ementa:
O capitalismo, o racismo estrutural, a cultura de massas e seus agentes, sem repouso, insistem em difundir que a arte e cultura negra não são, para além do entretenimento, passiveis de elaboração e importante elemento na preservação e difusão de complexos contínuos sociais negros. Quais são os desafios para os estudo e pesquisa acerca das substâncias da arte e da cultura bantu? Na música, dança, performance, literatura, artes plásticas e audiovisuais onde residem perspectivas para analises das contribuições e fazeres da arte e cultura bantu? Serão as questões norteadoras nesta roda de conversa.
Painelistas:
Tiganá Santana (Cantor, Compositor e Filosofo): « A voz, o ritmo e a música negra como fonte de inspiração para a preservação da cultura bantu »
Professor Dr. Salloma Salomão Jovino da Silva (Doutor em História pela PUC SP, Professor da Fundação Santo André, Cantor e Compositor)
Professor Dr. Celso Prudente (Antropologo, Diretor, Professor da Universidade Federal do Mato Grosso) : « A Mostra Internacional de Cinema Negro e os Povos Tradiconais de Matriz Africana »
Moderador: Ênio Ngelwami (Jornalista e membro do ILABANTU)
12h00 – Apresentação do filme NJINGA – RAINHA de ANGOLA
– Lesliana Pereira (intérprete de Njinga – a Rainha de Angola);
13h00 – Almoço
14h00 – Mesa Redonda – Nzila: Senhor de Muitos Nomes
Ementa:
A escravização de seres humanos trazidos à força de inúmeros locais do continente africano para as Américas afere, ainda hoje, papel fundamental na ressignificação diária das práticas e na compreensão dos povos tradicionais de matriz africana sobre sua ancestralidade. Em um vasto universo onde as formas tradicionais de aquisição e transmissão de saber desempenham grande papel, quais são os “pontos de vista” sobre o Nkise Nbombo Nzila para o Povo Bantu na África, no Brasil e nas Américas? Estas e outras perguntas nortearão o debate dessa mesa tendo por base registros etnográficos, pesquisas acadêmicas, experiências de vida e tradição oral.
Painelistas:
Tata Zingue Lumbondo- Esmeraldo Emetério de Santana Filho(Xuxuca), presidente da Associação Beneficente de Manutenção e Defesa do Terreiro Tumba Junsara – Salvador-Ba.
Professor Dr. Vagner Gonçalves da Silva: Antropólogo (USP) dedicado ao conhecimento das religiões de matriz africana e autor de “Exu: Guardião da Casa do Futuro”.
Moderador: Renato Pereira Correa (Mestre em Ciências Sociais/Antropologia PUC-SP)
16h00 – Mesa Redonda – Organismos privados e estruturas estatais: Soberania e apoio aos povos tradiconais de matriz africana bantu no Brasil, América Latina, Caribe e África
Ementa:
No plano internacional, o Brasil assinou, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizada em 1992, a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), a qual propunha medidas para assegurar a conservação da biodiversidade e seu uso sustentável e a Convenção n° 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da Organização Internacional do Trabalho – OIT em 1989, promulgada pelo Decreto Presidencial n° 5.051, de 19 de abril de 2004 que estabelece: “a responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos interessados, uma ação coordenada e sistemática com vistas a proteger os direitos desses povos e a garantir o respeito pela sua integridade.” Quais são as politicas públicas e ações privadas para os povos e comunidades tradiconais de matriz africana, em especial para o povo bantu, no Brasil, América Latina e nos países do Continente Africano capazes de articular organismos privados e estruturas estatais com vistas para o combate ao racismo e apoio a soberania destes povos?
Painelistas:
Dr. Andrade Catanga Brás (Diretor de Desenvolvimento Institucional Banco Sol – Angola)
Prof. Antoine Manda Tchebwa (Director Geral do CICIBA) : « O CICIBA e as suas ambições em frente dos desafios de hoje »
Prof. Miguel Angel Avila Nazareno (Luta Contra o Racismo Global – Guaiaquil – Equador)
Moderador : Walmir Damasceno – Taata Katuvanjesi (Coordenador Geral do Ilabantu, representante para América Latina do CICIBA e membro NEAB- Núcle de Estudos Afro-Brasileiros/ Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP)
19h00 – Relatório Geral do IV ECOBANTU (Agradecimentos, recomendações pelo Coordenador Geral do Ilabantu e o Diretor Geral do CICIBA)
20h00 – Noite cultural de encerramento
Grupos :
Keith B Angola – Hip Hop lusófono
Leoes Tigres de África – Senegal
Batuque de Umbigada Caiumba
Samba de Roda Nega Duda
Contato do organizador 3361 3866 – 3666 5660
Professor/Taata Nkisi Katuvanjesi WALMIR DAMASCENO DOS SANTOS
Coordenador Geral do Instituto Latino Americano das Tradições Bantu – e Representante para América Latina, do Centro Internacional das Civilizações Bantu (CICIBA),à Rodovia Armando Sales, 5205 – Recreio Campestre Cep 06856-000 Itapecerica da Serra/São Paulo – Brasil.
Correio eletrónico: walmir.damasceno@gmail.com
ilabantu.brasil@gmail.com
ilabantu@inzotumbansi.org
bresil@cicibabantu.org
Tel: +55 11 4165 4333
+55 11 9939 1977 ”
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