Abril de 1500, depois de 45 dias de viagem, a esquadra de Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil o fato ficou conhecido como o descobrimento do país. Entretanto, as terras brasileiras já eram ocupadas pelos povos indígenas. Com que a chegada dos portugueses, na verdade, foi uma invasão ao país.
Cabral chegou a Porto Seguro, na Bahia, com 13 embarcações, 1.400 homens entre marinheiros, técnicos em navegação, escrivães, cozinheiros, padres e ajudantes. Eles saíram de Portugal em busca das Índias, mas chegaram ao litoral sul baiano, no dia 22 de abril de 1500. Só desembarcaram no dia 23, quando descobriram que as terras não eram desabitadas. Cerca de 3 milhões de nativos, os índios, já viviam no Brasil.Os
Portugueses não descobriram o Brasil, mas, sim, invadiram com todo apoio da Igreja católica, “Professamos a nossa Fé,…terra de Vera Cruz, Santa Cruz…na Santa Igreja Católica”.
Isso descaracteriza a visão tradicional de que teria sido uma descoberta. Na realidade, Portugal não descobriu o Brasil, ele ocupou, invadiu, submetendo dessa maneira diversas nações indígenas. Se o Brasil já possuía uma população indígena, local, não se trata de uma descoberta, e sim de uma conquista. As comunidades se dividiam entre diversas nações, dentre as quais quatro grupos eram principais: os tupis, no litoral e parte do interior, os macro-jês no norte da Bacia Amazônica; os aruaques, no Planalto Central; e os cariris, também na região Amazônica.
Algumas destas civilizações ainda viviam como no período paleolítico, produzindo apenas o que precisavam para se manter, sem excedente. Algumas tribos tupis já estavam transitando do paleolítico, por isso produziam agricultura rudimentar, na chamada de roça branca, onde eram plantados mandioca, cará, feijão. Se essas comunidades não produziam excedentes, não tinha comércio entre eles.
A ausência de comércio não era o único ponto que diferenciava a vida dos índios e dos portugueses. As comunidades primitivas brasileiras não conheciam, até então, a escravidão. Diferentemente dos africanos, que, quando em guerra, escravizavam, os inimigos dos índios eram submetidos à antropofagia, um canibalismo litúrgico. Essas comunidades acreditavam que, consumindo a carne do inimigo, estariam adquirindo suas virtudes, como coragem, destreza, habilidade de guerrilhas.
Sobre o autor: Denilson de Paula Costa, é especialista em história cultural, membro da academia militar e coautor do livro “Encontros com a história e a cultura africana e afro-brasileira”.
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