Evento anual reúne milhares de participantes na Zona Sul do Rio de Janeiro em prol da liberdade religiosa
No último domingo, na orla da praia de Copacabana, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi realizada a 16ª edição da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.
Este evento anual é tradicionalmente agendado para o terceiro domingo do mês de setembro e é organizado em conjunto pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).
A caminhada atraiu participação notável de figuras públicas como o pastor Kleber Lucas, a cantora Marina Iris, Mestre Kotoquinho e o cantor Marquinhos de Oswaldo Cruz.
Além disso, representantes de diversas regiões e estados do país estiveram presentes, incluindo a Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Amazonas. Estimativas da organização apontam a participação de aproximadamente 80 mil pessoas.
A atividade teve início às 10h da manhã e foi programada para encerrar às 17h, compreendendo uma estrutura que incluiu dois trios elétricos, uma tenda, banheiros químicos, aguadeiros, duas ambulâncias, quatro carrinhos elétricos e um posto de verificação de pressão arterial.
Humberto Adami, presidente da Comissão estadual da Verdade e da Escravidão Negra na Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, enfatizou a relevância deste evento, destacando que “Esse encontro representa a afirmação da nossa legislação. É a Constituição Federal sendo afirmada, com a laicidade do estado.”
A iniciativa da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa teve seu início em 2008, como resposta a incidentes de intolerância religiosa que ocorreram no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, membros de religiões de matriz africana foram expulsos da comunidade por um traficante local, Fernandinho Guarabu, que os impedia de usar suas vestes religiosas.
O coronel Ubiratan, representante maçom, ressaltou a importância da caminhada ao afirmar que “A caminhada proporciona um papel fundamental para qualquer cidadão, de lutar pela liberdade religiosa. Caminhando, mostramos nossa rede de apoio e nosso repúdio aos intolerantes.”
De acordo com o segundo Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe, em 2022, foram registradas três denúncias de intolerância religiosa por dia.
Os organizadores CCIR e CEAP destacaram a relevância da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa como uma voz ativa na luta pela democracia, pelo estado laico e no combate à persistente intolerância religiosa que permeia a sociedade. Eles afirmaram: “A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa se destaca como uma das vozes ativas na luta e pela democracia, pelo estado laico e de combate à intolerância religiosa que persiste em toda a sociedade. Nasceu em resposta a episódios que evidenciaram a necessidade de priorizar o respeito à fé”.
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