Conheça um pouco sobre a vida do poeta precursor do movimento simbolista no Brasil
Em razão ao aniversário de São Paulo, preparamos conteúdos especiais, visando conhecer um pouco nomes de brasileiros negros que contribuíram historicamente com o país e que tiveram seus nomes homenageados em ruas e avenidas da cidade.
João da Cruz e Sousa (1861 – 1898), nasceu em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), no dia 21 de novembro de 1861, foi um poeta simbolista brasileiro. Filho de pais ex-escravos, mas sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas, antigos donos de seus pais, e foi assim que conseguiu estudar no Liceu Provincial de Santa Catarina.
Os antigos donos de seus pais eram o Marechal Guilherme Xavier de Sousa – de quem adotou o nome de família, Sousa e sua esposa Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, eles não tinham filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.
Desde criança, ele tinha uma inclinação por artes, língua e literatura, em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro.
Foi apelidado de Dante Negro ou Cisne Negro, em referência ao escritor humanista italiano Dante Alighieri. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil. Segundo Antonio Candido, Cruz e Sousa foi o “único escritor eminente de pura raça negra na literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços”.
Em 1885, lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias, em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com diversos jornais. Em fevereiro de 1893, publicou Missal (prosa poética baudelairiana) e em agosto Broquéis (poesia), dando início ao simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.
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