Sob o tema palavra, o programa traz mesas, contações de histórias, oficinas e formações específicas para professores.
O programa Experiências Negras, criado em 2018 pelo Instituto Tomie Ohtake para apresentar debates protagonizados por especialistas negras e negros que atuam em instituições de arte e cultura, realiza em novembro o segundo eixo de sua sétima edição. Se no primeiro semestre as atenções do programa se voltaram para o Letramento Racial para Formadores das Primeiras Infâncias, desta vez a programação se debruça sobre a ‘palavra’ como matéria de enunciação dos saberes afro-diaspóricos e de fomentação de uma agenda antirracista, de modo a propor diálogos entre profissionais da arte, cultura e educação.
A programação ocorre entre os dias 06 e 11 de novembro de 2024, mediante inscrição prévia no site do Instituto Tomie Ohtake, e contará com mesas, contações de histórias, oficinas e formações específicas para professores(as), educadores(as), agentes escolares, principalmente das escolas da rede pública e para o público interessado.
No dia 06, quarta-feira, entre 19h e 21h, ocorre a mesa de abertura Arte em diálogo, com o artista João França (M.I.A.) e a educadora Wanessa Yano. A mediação será do artista visual e arte-educador Guilherme Fernandes. Enquanto Negro M.I.A apresentará sua pesquisa artística sobre pixação, arte urbana e suas reverberações no circuito artístico, a educadora e pesquisadora Wanessa Yano compartilhará sua trajetória até a criação da editora Ananse e na veiculação de bibliografias afrorreferenciadas.
No dia 07, quinta-feira, das 11h às 13h, acontece a formação para professores “Dicionário Biográfico: Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afro-Diaspóricas, ministrada por Thais Marinho e Rosinalda Simoni, que visa fortalecer o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, em alinhamento com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. A atividade explora trajetórias de resistência e superação de mulheres negras, oferecendo às professoras uma perspectiva prática de suas contribuições culturais, sociais e econômicas. Ainda no dia 07, às 15h, acontece a contação de histórias “Ubuntu–A essência primeira”, com a arte-educadora Inaia Araújo, atividade direcionada para escolas por meio de agendamento de grupo.
No dia 08, sexta-feira, às 10h, ocorre a vivência Zombaria: experimentações do corpo e da imaginação radical. O encontro proporciona uma experimentação do conceito de “zombaria” desenvolvido pela artista Vanessa Soares, pelo qual ela discute o processo de ensino e aprendizagem. Por meio da ficção e de experimentos corporais, a artista propõe novas maneiras de elaboração do corpo no mundo e possibilidades de reconfigurar fundamentos educacionais. Também no dia 08, às 15h, o projeto de educação afrocentrada Xirê de Quintal apresenta a vivência brincadeiras africanas. Gana, Tanzânia e Moçambique são alguns dos países de origem das brincadeiras tradicionais trazidas nesta vivência.
No sábado, dia 09, às 15h, acontece a mesa de conversa Palavra Semente, que discute o papel da palavra como ferramenta educadora, analisando como ela tem sido usada em processos pedagógicos que abordam as questões de identidade racial. Participam do encontro o professor Tiganá Santana e a educadora social e ativista Bel Santos Mayer, com mediação da jornalista e pesquisadora Maitê Freitas. No mesmo dia, às 17h, uma grande roda de contação de histórias protagonizada por contadoras negras que trazem à tona a tradição oral de histórias ancestrais de África, da diáspora africana e do Brasil afrodescendente encerra a programação no Instituto. Participam: Lisbeth Ananse, Marina Costa, Inaia Araújo e Ivy Lima.
Já no dia 11, segunda-feira, às 19h, no Teatro Cultura Artística, a autora anglo-nigeriana Bernardine Evaristo participa de um encontro com mediação da jornalista Isabela Noronha. Parte integrante da 7° edição do Experiências Negras, a conversa tem produção da Companhia das Letras em parceria com a Livraria Megafauna e o Instituto Tomie Ohtake. Evaristo é a primeira mulher negra a ganhar o Booker Prize e tem seus livros traduzidos para mais de 40 idiomas. O evento será gratuito com retirada de senha 1h antes, na livraria Megafauna.
Sobre o Programa Experiências Negras
Desde 2018, o Instituto Tomie Ohtake tem sido o espaço privilegiado para um projeto de impacto transformador: Experiências Negras. Esta iniciativa criada pelas ex-educadoras Jordana Braz e Luciara Ribeiro, dedicada-se à promoção da diversidade e à luta contra o racismo, tem como objetivo central discutir a presença e o fazer das pessoas negras dentro das instituições de arte, com um compromisso inequívoco com a educação antirracista.
As atividades desenvolvidas pelo Experiências Negras iniciaram-se no ambiente virtual, com lives, palestras e publicações, abrangendo uma variedade de temas, como a presença de educadores negros, arte contemporânea e programas educativos, ao longo das últimas seis edições. Cada iniciativa é cuidadosamente planejada para estimular reflexões profundas, incentivar a expressão criativa e promover ações concretas em prol da equidade e justiça racial.
A missão do programa é construir pontes entre as comunidades negras e as instituições culturais, ampliando os espaços de representação e protagonismo, e promovendo uma mudança significativa nas estruturas e práticas institucionais. Acreditamos que somente através do reconhecimento e valorização da diversidade é possível construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.
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