Homenagens, ritos sagrados e manifestações culturais marcam o reconhecimento nacional da data.
No dia 20 de novembro, mais de 10 mil pessoas se reuniram no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, para celebrar o Dia da Consciência Negra. Este ano, a data foi comemorada pela primeira vez como feriado nacional, marcando um momento de reconhecimento e valorização da luta e da cultura afro-brasileira.
Organizado em parceria com a Fundação Cultural Palmares, o evento contou com uma programação diversificada que incluiu apresentações culturais, ritos religiosos e homenagens. Desde as primeiras horas da manhã, líderes de religiões de matriz africana realizaram um culto em reverência à espiritualidade ancestral, abrindo os caminhos para as celebrações que se seguiram.
Um dos momentos mais simbólicos foi a entrega do título de Doutor Honoris Causa a quatro líderes espirituais, em reconhecimento ao trabalho de preservação das tradições afro-brasileiras e à resistência contra a intolerância religiosa.
A programação artística destacou manifestações culturais como capoeira, samba de coco, samba de roda e reggae, além da presença de povos indígenas, enriquecendo o evento com a diversidade de expressões que celebram a ancestralidade negra. Entre os participantes, a antropóloga norte-americana Sheila Walker também esteve presente, ressaltando o simbolismo de Palmares como um espaço de resistência e criatividade, preferindo destacar os triunfos do quilombo mesmo diante do sofrimento vivido.
Outro destaque foi a participação de Nelson Mendes, representando a presidência da Fundação Palmares, que saudou os presentes e ressaltou o significado histórico e espiritual da Serra da Barriga. Para muitos, os sons dos berimbaus e as palavras de liberdade ecoaram como uma reafirmação do legado de Zumbi e da força cultural afro-brasileira.
Subir a Serra, local onde Zumbi e os quilombolas de Palmares resistiram bravamente à opressão, foi visto pelos participantes como um ato de respeito e conexão com os antepassados. A Serra continua a ser um dos maiores símbolos da luta pela liberdade e da resistência do povo negro.
A celebração reforçou não apenas a memória quilombola, mas também a importância de preservar e promover a diversidade cultural, religiosa e histórica do Brasil, consolidando o Dia da Consciência Negra como um marco nacional.
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