“Um país que deixa a cultura se perder nunca será uma nação” – Candeia
O cantor e compositor Antônio Candeia Filho, foi um dos maiores sambistas dos anos 70 e quase esquecido pela nação brasileira.
Mas saudando uma de suas grandes frases, os grupos de teatros Companhia Alvorada e o Coletivo Terreiro de Mauá resolverão homenagear e relembrar a todos o grande nome do samba Candeia, que para queles que vive o samba sabem bem quem é, mas que para muitos jovens esse nome é novidade e seus trabalhos são novidades.
O diretor Leonardo Karasek, queria montar um musical do Samba e se lembrou que seu amigo Eduardo Rieche tinha um roteiro que contava a trajetória do Candeia “É samba na veia É Candeia”, e por dois anos tudo foi preparado e ensaiado, e agora está nos palcos do Teatro Oficina em curta temporada com um grande elenco.
Como a atriz e produtora Rita Telles “É um desafio muito grande, mas é uma grande paixão até porque eu sou uma das realizadoras do projeto ao lado do Edinho, que é do coletivo Terreiro de Mauá e do Leonado Karasek que é o diretor”
Durante a preparação os ensaios foram intensos, sendo 4 vezes por semana, com durações de 5 horas. Os atores (muitos já envolvidos nas rodas de samba e teatros) também viram muitos videos e musicas que se tratavam da época e do cantor, fazendo com que eles se apaixonassem mais pela peça.
Quem foi Candeia
Nascido em 17 de agosto de 1935 no Rio de Janeiro, Antônio Candeia Filho, teve uma infância musical, junto com seu pai um dos fundadores da escola de samba “Vai como pode”, onde já fazia parte tocando violão e cavaquinho.
Em 1953, compôs junto com seu amigo Altair Marinho o Samba Enredo “Seis datas Magnas” para a escola de samba Portela do Rio de Janeiro, e continuou a escrever sambas para a escola e para rodas de sambas.
Nos anos 60, entrou para a policia civil, tendo uma boa reputação entre seus colegas de trabalho, mas teve que se aposentar cedo por invalides, após receber 5 tiros de um individuo que havia batido em seu carro.
Em cadeira de rodas, Candeia pode se dedicar especificadamente ao samba, chegando a lançar 5 discos, o primeiro em 1970 que levava seu nome “cadeia”.
Em 77, assinou um contrato com a gravadora gringa WEA, que prometia levar seus sambas para o EUA no LP “Luz da inspiração”. Nesse mesmo ano ele e seu amigo Isnard de Araújo escreverão o livro “Escola de Samba: A árvore que esqueceu a raiz”
A imobilização na perna que o resguardava na cadeira de rodas provocou problemas no rins, fazendo com que o médico pedi-se sua internação, que recusou afirmando ter muito trabalho a se fazer.
Chegou a compor seu ultimo álbum “Axé – Gente amiga do Samba”.
Candeia não chegou a ver seu lançamento, morrendo em 16 de novembro de 1978.
A peça, conta essas histórias e outras com detalhes e emoções mais ricas fazendo o público rir e chorar com o pessoal do ‘Bairro Oswaldo Cruz’
Você pode se preparar para ver a peça ouvindo as 97 canções do homenageado em https://www.ouvirmusica.com.br/candeia/
Serviços
Peça: É Samba na veia É Candeia
Local: Teatro Oficina
Endereço: Rua Jaceguai, 520 – Bela Vista, São Paulo
Dias: Quartas e Quintas-feiras. (Curta temporada)
Horário: 21h
Ingressos: R$40,00
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