A delegação recebida pelo Papa era formada pelo Cardeal Onaiyeken, arcebispo de Abuja e Administrador Apostólico da Diocese de Ahiara, por D. Kaigama, Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, e pelo próprio D. Okpaleke, Bispo nomeado para Ahiara.
Evocando a parábola dos vinhateiros assassinos, o Papa comparou essa Diocese à mulher “sem esposo, que perdeu a sua fecundidade e não pode dar fruto”. Quem se opôs à tomada de posse do bispo – continuou Francisco – quer destruir a Igreja. “Isto não é permitido. O Papa não pode ficar indiferente”.
Francisco louvou a paciência mostrada pelo bispo e confessou ter mesmo pensado em suprimir essa diocese, mas “a Igreja é mãe e não pode abandonar tantos filhos” – afirmou. O Papa declarou-se triste por os sacerdotes serem “manipulados”, talvez mesmo do estrangeiro e de fora da Diocese: “não se trata de um acaso de tribalismo – precisou – mas de apropriação da vinha do Senhor”.
“Quem ofende a Igreja comete pecado mortal” – daí a solicitação a cada eclesiástico incardinado na Diocese de Ahiara, mesmo se residente no estrangeiro, a pedir perdão por escrito ao Papa no prazo de 30 dias sob pena de suspensão a divinis e a exclusão definitiva do múnus sacerdotal. Cada um deve escrever singularmente e pessoalmente – precisou o Papa – e manifestar total obediência” ao sucessor de Pedro”. Na missiva os eclesiásticos devem exprimir a própria disposição em aceitar o bispo nomeado.
Consciente de poder parecer “muito duro”, Francisco explicou, todavia, que o povo está escandalizado e que “Jesus recorda que quem escandaliza, deve assumir as consequências”. “Talvez – conclui o Papa – alguém foi manobrado sem um pleno conhecimento da ferida infligida à comunidade eclesial”. O Papa aceitou o pedido de conceder audiência no Vaticano com os eclesiásticos da Diocese e ao bispo de Ahiara quando a questão for resolvida.
http://pt.radiovaticana.va/news/2017/06/10/bispo_de_ahiara_continua_sem_poder_tomar_posse/1318244
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