O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola garantiu ontem, em Luanda, que nos últimos 15 anos a prestação de serviços de telecomunicações em Angola tem vivido uma constante evolução, caracterizada por uma modernização dos serviços e maturação do mercado.

José Carvalho da Rocha, que discursava na abertura do XXIV Fórum da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP), referiu que apesar de se viver um período de exceção que afeta o normal crescimento dos mercados, o Governo angolano incentiva o investimento privado no sector das Telecomunicações e Tecnologias de Informação (TIC).
Durante a sua explanação, o ministro fez menção às estratégias do Executivo estabelecidas no Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 para o sector das telecomunicações e tecnologia. Sublinhou que foram identificadas, para médio e longo prazos,medidas que visam uma adequação do grau de liberalização do mercado, como o ajustamento do regulamento geral das comunicações eletrônicas, por forma a viabilizar o aumento das receitas e o crescimento da participação privada no mercado. Outras estratégias, indicou, têm a ver com o ajustamento da regulamentação referente ao uso dos recursos escassos, bem como as respectivas taxas de utilização e da emissão de licenças globais e multisserviços aos operadores ativos no mercado angolano.
Angola tem hoje mais de 14 milhões de utilizadores de celulares e um crescente aumento de utilizadores da internet, resultante dos investimentos realizados nos últimos anos.“Temos de explorar a oportunidade digital”, defendeu o ministro, acrescentando que o futuro passa pela adaptação externa e interna das empresas, de forma a criarem soluções que respondam aos desafios.

Transformação digital

O fórum, que termina hoje, é realizado em Luanda pela quarta vez e decorre sob o lema “A transformação digital na era do consumidor”. Participam no encontro administradores das operadoras de comunicações, especialistas em tecnologias e telecomunicações e membros da AICEP dos nove países da CPLP.
O presidente do Conselho de Administração do INACOM, António Benge, disse que a transformação digital constitui, neste momento, uma questão crucial, atendendo à importância crescente das comunicações eletrônicas para o desenvolvimento da economia mundial e dos países da comunidade lusófona. Falando na qualidade de presidente do fórum, António Bengere alçou que o paradigma atual da convergência tecnológica permite o aparecimento de inúmeras soluções inovadoras e à altura dos desafios atuais, disponibilizando ferramentas importantes para os governos, empresas e cidadãos tendo em vista a grande diversidade de negócio.
Para o presidente da AICEP, João Santana, a transformação digital é a expressão usada para descrever a forma como os negócios têm de se adaptar para satisfazer os requisitos da era digital atual. “A transformação digital é um processo complexo que cria algumas incertezas que é indispensável combater”, adiantou, referindo que é preciso haver disponibilidade para correr riscos, aprender com erros e tomar medidas reiteradas, de forma a implementar uma nova cultura, novos processos e novas tecnologias para as empresas competirem nos mercados modernos.

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