O ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, assegurou ontem em conferência de Imprensa, que diante do quadro econômico e financeiro menos favorável que o país atravessa, a prioridade do investimento do setor são os projetos estruturantes, já que deles dependem o desenvolvimento econômico e industrial do país e da qualidade de vida dos seus cidadãos
O esforço financeiro do Estado para a realização dos projetos estruturantes exigem um pacote financeiro na ordem dos 29 bilhões de dólares. Estão em construção projetos estruturantes que utilizam energia hídrica e gás natural, o que vai permitir incremento energético de cerca de cinco mil megawatts com custos reduzidos
Entre as grandes obras está Cambambe, um projeto de expansão da central que já existia. Atualmente produz 180 megawats. Com a sua ampliação, vai passar a produzir 960 megawatts. “Comparando, vai ser duas vezes aquilo que Capanda produz. Cambambe vai atender cerca de quatro vezes mais famílias do que atende até agora”, explicou o ministro.
Sobre Laúca, projeto localizado na província de Malanje, João Baptista Borges considerou que vai ser a maior central hidroelétrica que o país vai ter até construir-se Caculo Cabaça, pois tem uma capacidade instalada de cerca de 2100 megawatts, quatro vezes Capanda e vai atender oito milhões de pessoas.
Outro projeto estruturante é a Central do Ciclo Combinado do Soyo que utiliza gás natural, que é menos poluente e mais barato, a seguir ao vapor de água, e que vai ter uma capacidade total de 750 megawatts. Recentemente foi aprovado em Conselho de Ministros um projecto para extensão do ciclo Combinado do Soyo, o que vai permitir uma potência total de 1800 megawatts. Ao longo do litoral do país está projetada a construção de ciclos combinados: Cabinda, Benguela e Namibe. Além disso, o ministro falou na possibilidade do uso de placas fotovoltaicas para beneficiar as zonas rurais.
“Com base nesta disponibilidade de gás foi desenhado um plano de desenvolvimento que estabelece uma matriz energética até 2025 em que 62 por cento do volume de energia produzida vai ser assegurado pela utilização de recursos hídricos e cerca de 21 por cento por gás. Com isso vamos desenvolver uma capacidade de produção com gás natural de cerca de dois mil megawatts”, disse.
O ministro admitiu alguma dificuldade no processo, principalmente em relação aos recursos humanos com capacidade e experiência, pois as empresas que foram criadas precisam de recursos humanos altamente qualificados.
O ministro lembrou que além destes programas, o setor avança para “empresarialização do sector de águas”, que já permitiu que fossem criadas 11 empresas provinciais com o objectivo de vincular a distribuição e o abastecimento à capacitação e desenvolvimento de uma atividade econômica que permita retorno do investimento efetuado nos sistemas.
Outro passo passa pela criação de entidade reguladora para o sector de águas. “Estas ações, algumas das quais em curso, vão melhorar o fornecimento de água e saneamento nas zonas urbanas e periurbanas e rurais do país”, disse o ministro.
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