Reflexões sobre a inveja
Prezadas(os)
Objetivo dessa coluna é escrever sobre nós num contexto da escrita de si e da autonarrativa. Penso que nossa história individual pode mudar o mundo e isso é UBUNTU. O meu particular se vincula ao universal e vice e versa. Nós precisamos localizar nossas emoções num contexto amplo. Da mesma forma, conceber a felicidade como uma questão coletiva que necessita da dimensão material, espiritual e emocional é de extrema importância para planejarmos a nossa vida e redefinirmos nossa missão nela.
Solicitaram-me para aprofundar a relação entre racismo, nazismo e a inveja e soberba. Não me sinto com competência para aprofundar o num texto discursivo. Fiz uma poesia, talvez porque na adolescência me disseram que não levava jeito para a coisa.
Perguntaram-me, também, se essa articulação (inveja, soberba e racismo) localizaria a inveja e a soberba somente nos brancos. Todos nos podemos nutrir e cultivar todos os sentimentos. Devemos ter consciência deles para tratá-los.
Todavia, é importante saber que alguns grupos sofrem mais com soberba e racismo por uma questão de poder político e econômico. Por exemplo, o povo judeu no contexto do nazismo. Os negros linchados e pendurados em arvores nos Estados Unidos.
Hoje compartilho com vocês uma poesia. Não sou poeta, mas é a forma que encontrei para começar a escrever sobre o tema. Ah! Sobre a relação entre inveja, racismo e nazismo, entre outros ismos a Reimy ficou também de aprofundar o tema. Vamos esperar.
A INVEJA
A inveja é inveja,
Maldita e infeliz
Todo mundo passa longe.
Mas onde ela habita?
A inveja é colorida
Branca é inocente
Roxa é doente
Mas Camões e Skakespeare
Já disseram: estou a ficar verde.
A inveja é incolor?
Preta? Não senhor
A inveja é inferior
Bonaparte já atestou.
Mas onde ela mora?
Esta pobre flagelada
Talvez no coração da klu klux klan
Não sei?
Residiria então na maça da Bela adormecida?
Ah! A inveja faz tanta coisa.
Fez Brutus trair Cesar
E, na sapatilha da primeira bailarina,
fez a Gilette surgir.
A irmandade desconhecer,
fazendo o pobre Abel morrer.
O psiquiatra já falou
Pulsão de morte, sim senhor.
Se a face é linda e bela
A inveja está malvada, vai logo tratando:
no mapa do inferno transformá-la.
A inveja é metódica, faz cirurgia com a fofoca
Sensacionalista, a vadia.
Mas aonde ela habita?
Todo mundo já aponta a alheia afeição,
e fecha logo o seu portão.
Mas aonde ela habita?
Procure-a, também, antes
no âmago, no fundo do seu coração.
Texto enviando em 15 de dezembro de 2017.
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