Um bate-papo com Giovana Xavier, a autora do livro recém-lançado, “História Social da Beleza Negra”.
Ela conta a trajetória de como sua tese de doutorado se transformou nesse livro maravilhoso.
Capa do livro – Editora Rosa dos Tempos
Giovana eu estou muito grata e muito feliz e surpresa, por ter aceito tão rápido o meu convite.
Quero me apresentar, eu sou Mariana, Maquiadora Especialista em Pele Negra, Consultora de Beleza há mais de uma década e Colunista no Portal Afro.
Mais uma vez obrigada!
Giovana:
Mariana, obrigada pela oportunidade!
Eu já fiquei tocada de conhecer sua história, como começou, o seu trajeto como uma pioneira.
Essa questão da maquiagem tem muito a ver com o direito de decidir como a gente vai se apresentar, isso é uma coisa que me toca muito, inclusive o direito de não usar maquiagem também, mas nós mulheres negras pagamos um preço de tomar as próprias decisões que contrariam que todo mundo espera Então eu imagino como seu coração devia tá acelerado quando você fez o chamado para essas mulheres.
Porque a gente tem uma história de ter que se adequar ao bege, há uma ideia de cor da pele que não tem nada a ver com a nossa pele, nem a de ninguém na verdade é uma coisa surreal.
Mas antes de falarmos sobre o livro, vamos falar um pouco sobre você, essa @pretadotora, surfista, intelectual, historiadora…o que mais podemos dizer?
Eu gosto muito de me apresentar começando a dizer que sou resultado de uma tradicional família brasileira, que é uma família de mulheres negras, como um monte de história pra contar de como liderar famílias.
Ainda que tenham homens na família, especificamente meu avô, que também tem uma história linda, mas é uma família com um protagonismo feminino muito grande, e que eu entendo que essa é a tradição no Brasil.
Então eu sou resultado de uma família de mulheres negras que ousaram sonhar um projeto de futuro para as próximas gerações. E o que eu acho mais bonito é que é um projeto de futuro alicerçado na educação. A questão do estudo lá em casa foi muito presente. Eu me lembro de memórias da minha avó, se a gente pedisse algum brinquedo, ela só com o olhar já dizia… isso não vai rolar.. de receber brinquedo, mas recebíamos livros. Às vezes a gente somente comentava sobre a existência de um livro no mesmo dia aquele livro já era providenciado, independente se realmente eu queria ou não. E isso pra mim é muito emblemático, estar num lar de mulheres negras e livros circulavam de formas variadas, emprestados, comprados em sebos, trocados, pegos no lixo muitas vezes…
E eu gosto também de me apresentar como professora. Eu sou professora da UFRJ, que é uma apresentação mais acadêmica.
Antes deste momento aqui com você eu estava na sala de aula online.
E eu sou aquela professora da sala de aula que espera todo mundo chegar sorrindo dando bom dia, boa tarde, boa noite, que conta história, que brinca que ri, chora na sala de aula.
Eu sou filha de professora da educação básica, então essa identidade é muito forte em mim.
E sou mãe, sou a mãe do Peri, que é uma jornada na minha vida, vida essa de família de mulheres fortíssimas, e de repente me ver mãe de um menino!
E isso foi algo que mexeu muito comigo.
Então, esse são lugares são muito importantes filha da Sônia, sobrinha da Elenir neta da Eleonor mãe do Peri e professora na UFRJ
O livro recém lançado intitulado História social da beleza negra. Sobre o livro, você gostaria de iniciar falando sobre qual parte?
As mulheres da minha família são algo marcante pra mim.
A epígrafe do livro é dedicada à minha tia Lena que se tornou o cabelereira aos 11 anos no subúrbio aqui no Rio de Janeiro que se chama Colégio, um subúrbio lá para os lados de Madureira, Portela, minha família vem dessa área, que são bairros proletários.
E ela começou a fazer cabelo no quintal da nossa casa. Hoje ela tem 78 anos, tem uma foto no meu Instagram, na qual eu estou segurando o secador dela e ela o meu livro, isso para mim é muito forte, com aquele secador e com a tesoura ela aterrou histórias, aterrou o chão para mulheres como eu passaram ali.
E isso me emociona muito, e poder escrever esse livro e reconhecer a importância dela em vida ainda, porque infelizmente na maioria dos casos, reconhecem a importância das pessoas só depois que morrem, e isso é uma coisa horrível.
E ela está curtindo e participando de tudo, está lendo o livro, comenta, foi na defesa da minha tese de doutorado que é a origem deste livro.
E eu me vejo como continuidade dela e da minha mãe que foi essa professora de escola pública por 30 anos atendendo crianças do Ensino Fundamental, se aposentou na mesma escola.
A sua tese de doutorado se transformou neste livro “A História Social da Beleza Negra”, um livro de 160 páginas, além da vida e história da sua tia, qual foi o outro motivador para escolher esse tema?
Eu não tinha ideia que eu iria escolher esse tema.
Os fatores determinantes dessa escolha foram as decisões dos orixás, que a gente só deve atender e não questionar, mas também um conjunto de fatores que mistura trajeto familiar e oportunidade acadêmica.
Quando eu entrei no doutorado em 2006, eu queria trabalhar com história das mulheres negras, focando no século 19 com narrativas médicas sobre o corpo de mulheres negras. E por uma série de razões eu fui me afastando dessa pesquisa e comecei a me aproximar de um fundo documental que se chama jornais da Raça Negra, são jornais produzidos no começo do século 20 em diversos estados, mas principalmente em São Paulo, e eu vi nesse jornal os concursos de Beleza Negra, isso me chamou muito atenção, embora pouquíssimos tivessem imagens de candidatas. E havia um discurso sobre como deveria ser o feminino negro muito forte, a ideia de quem era merecedora de voto, e para mim foi muito interessante ver a ideia de mérito pensada na imprensa negra no início do século 20, isso mexeu muito comigo, como a comunidade negra definia mérito para mulheres na naquela época um debate que para gente hoje é tão raro mérito, meritocracia, enfim. E comecei a pesquisar essa documentação, então já migrei da escravidão para pós-abolição.
E no meio do meu doutorado em 2008, eu vivi perdas familiares muito fortes, a minha mãe fez a passagem e a minha avó, durante o doutorado foi muito pesado muito difícil, eu fiquei muito mal, e passou pela minha cabeça várias vezes que eu tinha desistir que eu não ia conseguir foi bem difícil.
E nessa fase algumas pessoas foram fundamentais, meu orientador Sidney Chalub e o professor da UFRJ professor Flávio Gomes, que é um grande historiador negro e que tinha sido meu professor na graduação, e mais que isso, ele é um grande mentor na minha na minha trajetória. Ele é uma pessoa que eu tenho grande amor e gratidão, então, eles mais experientes perceberam que eu estava com essa intenção de desistir, e então eles começaram uma campanha para eu estudar um ano fora.
Naquela época estávamos no governo PT, em 2008 era literalmente um outro tempo. E aquele movimento todo que eles estavam fazendo mexeu comigo, e a campanha foi tão forte, e eu estava muito mal também, pensei bem, e decidi ir. E isso pra mim foi algo espiritual, eu enterrei minha mãe no dia 13 de Janeiro de 2008 e 13 de Janeiro de 2009 eu estava desembarcando em Nova York.
E lá eu entrei em contato com uma nova perspectiva de mundo negro e com aquele encantamento que o mundo afro-americano nos desperta, porque realmente é encantador e você ver e viver aquilo, imagine, uma menina que nunca tinha sáido do país.
E lá eu iniciei minha pesquisa no arquivo no Schomburg que é o maior acervo de cultura negra do mundo, no Harlem, então eu fiquei um ano e meio indo todo dia para o Harlem, e isso foi um marco na minha vida, que até hoje é surreal pra mim: uma estudante de doutorado, brasileira, com bolsa do governo brasileiro ter a experiência de morar mais de um ano nos Estados Unidos em Nova York, centro de produção do conhecimento científico.
E comecei minha pesquisa fazendo comparações de concurso de beleza negra Brasil e Estados Unidos. Porém me chamou atenção os anúncios da empresas negras cosméticas, e começaram a aparecer muitos produtos para alterar a pele, você vai ver no livro, as narrativas de cabelos que nos anúncios eles evitavam usar o termo alisar, mas usavam expressões como “para o cabelo crescer”, “para dar vigor”, e aí você vê as fotos de antes e depois, era o cabelo crespo esticado, e isso me capturou e encarei como um desafio, e eu gosto de desafios. E nesse caso o desafio era interpretar que a comunidade negra bancava projetos políticos de clarear a pele publicamente. E eu fui assumindo algumas posturas que eu tinha que fazer uma tese sobre a história afro-americana e não tocar no Brasil.
E além disso eu nunca deixei ao longo da minha carreira acadêmica de iluminar o protagonismo de intelectualidade de mulheres negras em toda minha trajetória.
Eu fiz uma perspectiva de história total dos Estados Unidos, porque aí eu conectei as indústrias cosméticas negras do clareamento e do crescimento capilar, com contexto da legislação Jim Crow, os lixamentos, e então analisar que, quanto mais claro o negro era, menor era o risco de ser linchado. E foi por aí que trabalhei com documentação, tentando trazer um Panorama geral, eu não queria ficar só fazendo uma história da cosmética com efemérides.
E enquanto você estava aqui no Brasil, no início da tua pesquisa, você teve dificuldade de encontrar materiais e arquivos históricos para pesquisar sobre o tema da sua tese?
Aqui no Brasil a pesquisa ficou restrita aos jornais da raça negra, que atualmente é um material de domínio público na hemeroteca da Biblioteca Nacional. Mas na minha época não era, eu tive que ir à biblioteca rodar o microfilme, que eu sou dessa geração, de historiadores do microfilme, e essa documentação que tive acesso, é muito reduzida comparada ao que eu acessei lá nos Estados Unidos.
Os arquivos históricos aqui do Brasil são muito importantes, mas relacionado ao tema, tem muito menos quantidade de ofertas de concursos de produtos e de discursos sobre mulheres negras, é mais difícil encontrar o protagonismo de mulheres negras.
Quem é da área da beleza como eu, conhece grandes nomes de pessoas da história da beleza negra norte americana, posso citar aqui Anitta Patti Brown, Anne Turnbo Malone, Madame C. J. Walker, que pra mim a história dela me serviu como inspiração, e mais contemporâneo eu me inspiro em Sam Fine. Aqui no Brasil, a minha grande referência sem dúvida é a dona Maria do Carmo. Durante a sua pesquisa ainda aqui no Brasil, você chegou a pesquisar as pessoas que começaram a trilhar essa trajetória no século XIX e começo do século XX aqui no Brasil?
Aqui no Brasil não. Eu acho que temos um próximo passo…
É legal publicar uma obra e saber que realmente gera um interesse nas pessoas ao ponto de esperarem mais.
E realmente me despertou a isso, agora que eu já cumpri minha missão de historiadora dos Estados Unidos, dá para fazer sim uma do Brasil, que me remete a própria história da minha tia Lena.
Mas até em resposta a sua pergunta, as minhas primeiras referências são as mulheres da minha família que sempre tiveram uma cultura de arrumar os nossos cabelos, tanto por prezar a limpeza e higiene da apresentação, mas a gente sabe que isso é muito atravessado também como uma defesa contra o racismo.
E principalmente minha tia que uma história altamente biografada, ela foi cabeleireira da Clarice Lispector, da Luiza Brunet, da Xuxa, e então me percebi que não foi por acaso que escrevi esse livro, e emendando a isso, entra em outra questão que é uma mulher negra cabeleireira e constrói a carreira dentro de espaços de beleza brancos. E até hoje ela é uma grande escovista e tinteira como ninguém. Com certeza ela é minha principal referência.
E durante sua pesquisa tanto aqui no Brasil com nos Estados Unidos você conseguiu perceber a diferença sócio-econômica e principalmente emocional entre o negro norte americano e o brasileiro no cenário e época histórica desses dois grupos?
No começo do século 20 a imprensa negra aqui do Brasil, estava muito interessada no projeto que eu acho audacioso, que é como eles falavam de como integrar a “população de cor” ao Brasil, ou seja, usando os termos da época: como pensar no “de cor” brasileiro e como assegurar direitos sem abrir mão dessa negritude.
E lá nos Estados Unidos também passaram por isso, e aí dá para fazer uma conexão com debate que aconteceram lá, Du Bois faz essa discussão sobre a dupla consciência de ser negro e norte-americanos, eu acho que isso conecta as duas experiências: na época, aqui no Brasil estavam pensando em como ser “de cor” e brasileiro, e qual é o qual é o caminho possível para resguardar particulares identidades. E lá nos Estados Unidos também com “double consciousness” que Du Bois aborda na obra “As Almas Da Gente Negra”, a dupla consciência da experiência de ser negro e norte-americano, o quanto que isso é é difícil é estranho.
No caso das mulheres, nos dois países no mercado da beleza negra ajudam a gente a compreender como as mulheres tinham esse desafios de ser uma mulher negra, e aí tem toda uma discussão no pensamento feminista americano de como mulheres negras construíram uma ideia de feminilidade respeitavel, e que eu acho que se aplica aqui também, então por exemplo, esses concurso que eu te falei de jornais como Menelick de São Paulo e Getulino em Campinas, tinha muito ideia da bela, recatada e do lar, especifico para mulheres negras. Então eles iam na casa da mulher negra para mostrar como é a casa que ela morava com a mãe e com o pai e sua família, e todo mundo na sala, e faziam fotos da menina lendo o livro… e isso é muito radical para época, propor para mulheres negras que foram hipersexualizadas, desumanizadas e tudo que a gente já sabe, e ter um projeto de bela, recatada e do lar é muito interessante. Então a ideia da feminilidade respeitável foi construída também muito pela valorização da construção da aparência física cabelo, pele e corpo.
E durante as pesquisas, houve algum momento em que você sentiu e teve que dar uma parada, respirar, segurar as lágrimas ou deixá-las cair. Que episódio você pode citar?
Sim, tiverem vários, em específico vou citar um que mexeu muito comigo, a precisão do discurso muito incisivo que era remover o problema, ou seja, a pele negra, foi inclusive aí que eu decidi em fazer a minha pesquisa por este caminho.
É o rótulo de um produto, e o título era: “Removedor de pele negra”, que era seguido de um texto que dizia que era clareador de pele e alisador de cabelo.
Imaginar isso ser produzido dentro da comunidade negra, me traz um pensamento não como julgamento, mas em quanta dor a gente carrega e tem que aprender a metabolizar. Porque pra propor uma coisa dessas, você já está por um fio, a experiência de ser negro era perigosa, e a gente sabe disso, e isso reflete ainda hoje, eu tenho o meu menino e a gente mora na esquina da praia e eu fico preocupada quando ele tá correndo na praia, e aí rola uma neurose, mas que se precisa ter, porque você não tem o controle do que pode acontecer com um menino negro correndo, ainda que na praia, ou seja, estamos por um fio ainda hoje. Então eu acho que esses produtos precisam ser lidos nesse contexto, onde a experiência negra já é um risco permanente. Então, sinceramente, eu imagino que para época ter algo para tentar remover a pele, dadas circunstâncias em que já se encontravam, é mais um risco e que pode dar certo então porque não tentar?
No rótulo diz assim:
“Removedor de Pele Negra – Registrado no Serviço de Patentes dos EUA – um maravilhoso clareador de pele e alisador de cabelo. Uma compleição como pêssego, obtida se usado de acordo com as instruções. Tornará a pele de uma pessoa negra ou brown quatro ou cinco tons mais clara e a de uma mulata, perfeitamente branca. Em quarenta e oito horas um ou dois tons já serão visíveis. O produto (…) realça o branco e a pele permanece bonita mesmo sem o uso contínuo. Vai remover rugas, sardas, manchas escuras, espinhas ou inchaços, tornando a pele mais suave e macia.
Pequenos buracos, varíolas (sic), bronzeados (sic) e manchas
removidos sem prejuízos para a pele. Quando você conseguir a cor desejada pare de usar a preparação.”
No texto tem toda uma construção, que quando você ler, você quer comprar e pronto. E nesse anúncio tinha a imagem do antes e do depois…
E quando eu vi, me despertou uma coisa, e pensei: cara, esse material não tá aparecendo para mim por acaso, isso aqui tem uma missão preciso encarar isso e entender o que que tá acontecendo. Esse anúncio foi meio decisivo para mim, entender o que significa do ponto de vista histórico a proposição de remover a pele negra.
E tem outro anuncio lá dos Estados Unidos que começava assim:
“Para ser amada, respeitada e admirada compre meu produto…”
Uma linguagem capitalista sinistra, e isso faz você comprar, e é tudo que a gente discute ainda hoje, como ser amada, respeitada e admirada, a agenda não mudou!
É muito forte essa narrativa, e foram coisas produzidas de dentro da comunidade negra.
Depois desse estudo aprofundado sobre a história da Beleza negra, a tua percepção de beleza talvez tenha mudado, então como você define beleza hoje?
A beleza tem me remetido muito ao espelho.
Eu sou filha de Iansã e de Oxum, então Oxum está no meu Ori, metade de mim é Oxum e o abebé de Oxum tem um significado muito forte do que beleza é pra mim.
Mas eu acho que a beleza, a beleza negra principalmente é o domínio do poder de virar o espelho para você e também saber que o espelho precisa ser virado para o outro para que esse outro possa se ver, talvez de uma maneira que nunca tenha se visto, eu tenho vivido muito isso com esse livro, o quanto ele toca as mulheres negras de maneiras que a gente não tem podido se ver porque realmente é muito forte, eu autora de um livro de História Social da Beleza Negra ser uma professora Universitária numa universidade como é UFRJ, num grupo editorial grande, então assim o livro está em todo o Brasil e isso faz com que mulheres principalmente mulheres negras de todo o Brasil virem o espelho para si.
Porque a dança de Oxum quando a gente para prestar atenção para além dos arquétipos, ela dança movendo o espelho ela não dança com espelho parado, ela movimenta o espelho para gente se ver, então eu acho que a Beleza Negra é o poder simultâneo de se ver e oferecer ao outro essa possibilidade. É uma beleza de partilha, é uma beleza física e espiritual também, porque é uma beleza que tem haver com a liberdade da alma, não é só se a pessoa é bonita ou feia mas é sobre alma livre, sobre criatividade, sobre talentos sobre protagonismo, sobre autoria que são coisas que todas nós temos dentro da gente.
Você contou a sua história, algumas coisas eu posso imaginar outras só você sabe e é tão forte. E eu com todo esse meu treinamento acadêmico, sou uma historiador da história das mulheres negras, precisei terminar esse livro para entender a grandiosidade da história da minha tia, a minha tia virou o espelho para mim e isso para mim é muito forte, eu acho que a Beleza Negra tem a ver com isso com com espelho partilhado.
Concordo com você, e digo que a beleza negra é exalada, como se fosse um cheiro, um perfume que a gente tem, e o cheiro da minha beleza tem que chegar até você, e fazer você se olhar do jeito de como se gosta, ou começar a se gostar em qualquer tempo.
Concordo e acho que é sobre liberdade, é sobre o Espírito livre que a gente nutre, a nossa ancestralidade, a gente só está aqui porque essa nossa ancestralidade que cultivou esse espírito livre, e a gente não pode perder isso de vista, eu acho que é sobre o poder pessoal que a gente carrega também que explica todas essas histórias.
E ao exalar, como você falou, e aí você sabe melhor que eu, que é um exalar também que incomoda né Mariana, porque a gente tem que aprender a administrar os incômodos sem abrir mão de se preservar. Eu tenho cada vez mais ressalvas com esse negócio de pé na porta e se joga, me parece não serem mais as estratégias que o momento exige, então incomoda ter a percepção de que virar o espelho para você e para o outro é transformador, a gente tem que aprender com Oxum, a sua sapiência e diplomacia administrar esses incômodos na malemolência.
Exato com o melhor sorriso e com a melhor elegância que a gente tem!
Mais uma vez eu agradeço em nome do @MarianaUmake e do Portal Afro por ter atendido tão prontamente o convite.
Eu que agradeço Mariana, é uma honra conhecer o teu trabalho.
Assista no vídeo abaixo a entrevista na íntegra
Essa foi a entrevista com Giovana Xavier
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