As raízes africanas foram o destaque entre as apresentações das escolas de samba do grupo especial, que passaram pelo Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. A África, esteve presente no enredo de quase metade das 14 que desfilaram, levando para a avenida o orgulho da luta diária por igualdade e respeito. Além de homenagear as heranças que o povo africano deixou para nossa cultura, trouxeram a mensagem de um futuro melhor para seus descendentes e enalteceram suas riquezas.
A primeira escola a se apresentar na sexta-feira (9) foi a Camisa Verde Branco, com o enredo Adenla – O imperador nas terras do rei, que contou a história de diversos reis africanos. E um dos homenageados pela escola foi o ex-jogador Adriano Imperador, acompanhado de crianças vestidas com o uniforme da Seleção Brasileira.
A segunda escola foi a Barroca Zona Sul, contando a sua própria história em comemoração aos seus 50 anos de existência. A agremiação, que tem a Estação Primeira de Mangueira como madrinha, levou as cores verde e rosa para a avenida e homenageou Geraldo Sampaio Neto, o Borjão, presidente de honra da escola, que morreu há pouco mais de um mês. O destaque do desfile ficou com a comissão de frente, que, em um palco giratório, mostrou três fases de vida da escola. No refrão do samba-enredo, se ouvia: “Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba, por isso, que nós somos a Faculdade do Samba”.
A terceira escola foi um dos destaques da noite. Dragões da Real entrou com o samba “África – uma constelação de reis e rainhas”. A escola homenageou o continente africano, levantando o público, que assistia à apresentação.
A Independente Tricolor foi a quarta a desfilar, com homenagem às mulheres guerreiras que defenderam o reino de Daomé, na África. O desfile trouxe à avenida a força da mulher preta e do povo africano. A bateria, com seus 220 ritmistas e a tradicional paradinha, levou ainda o som do tambor e atabaques para acompanhar o samba.
Já no sábado (10), a Vai-Vai trouxe o desfile assinado pelo carnavalesco Sidnei França e não se limitou a mostrar as vertentes e história do Hip Hop. Mostrou as ruas de São Paulo como espaço de disputa e uma crítica às elites e seu preconceito contra a cultura popular. Também abordou a violência policial e o encarceramento da juventude negra.
Encerrando a noite, a Acadêmicos do Tucuruvi, que foi a sétima e última escola a desfilar, levou para a avenida a filosofia do “Ifá”, uma religião de matriz africana ainda pouco conhecida no Brasil.
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