foto da diretora da ONU mulheres:Phumzile Mlambo-Ngcuka
Em 31 de Outubro de 2000, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) aprovou por unanimidade a Resolução 1325, reafirmando a importância da promoção da igualdade de gênero em todas as fases dos processos de construção da paz e da promoção da segurança. então nesta última semana celebramos o 15º aniversário da Resolução.
Trata-se do reconhecimento dos impactos específicos que as guerras, conflitos armados e as situações de insegurança têm sobre as vidas de mulheres, raparigas e meninas em todo o mundo e dos esforços desenvolvidos para os combater e minimizar.
O documento sublinha a importância da igual participação e do total envolvimento das mulheres nos esforços de manutenção e promoção da paz e da segurança, bem como a necessidade de aumentar o seu papel nas tomadas de decisão no que respeita à prevenção e resolução de conflitos e à sua participação nas operações de paz.
A Resolução 1325 colocou em evidência, de uma forma inequívoca, o papel da cidadania e da igualdade de gênero em todas as fases do processo de construção da paz e lança uma nova perspectiva sobre as mulheres, reconhecendo-as não exclusivamente como vítimas que carecem de proteção, mas também como atores relevantes e capazes nestes processos, apelando, assim, a uma nova abordagem das políticas nesta matéria.
A diretora-executiva da ONU-Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, pediu maior participação feminina na liderança de negociações de paz e segurança no mundo.
A declaração foi feita no momento em que o Conselho de Segurança comemora o aniversário de 15 anos da resolução 1325, que reconheceu pela primeira vez, o papel da igualdade de gênero e liderança das mulheres na paz e segurança internacionais.
Uma pesquisa global mostrou que a paz perdura quando as mulheres participam de forma significativa das negociações e os países são mais resilientes em face a conflitos e extremismo quando a igualdade de gêneros tem prioridade.
Segundo a ONU, a violência e os conflitos globais custam mais de US$ 14 trilhões de dólares ao planeta.
Participação
Em 2014, 88% de todos os processos de paz com participação da ONU envolveram mulheres. Isso significa um aumento de 50% em relação a 2011.
Antes da aprovação da resolução 1325, apenas 11% dos acordos de paz faziam referência a mulheres ou ao gênero. Desde então, esse índice subiu para 27%.
Apesar do avanço, o resultado mostra que quase 75% dos acordos de paz fechados nos últimos 15 anos não fizeram qualquer menção às mulheres.
A chefe da agência da ONU afirmou que “os resultados mostram que sem qualquer dúvida as mulheres precisam participar totalmente nas negociações de paz”.
A União Africana e a Resolução 1325 do Conselho de Segurança da ONU
A União Africana (UA) declarou 2015 como o Ano do empoderamento das mulheres no reconhecimento do papel crescente da mulheres no desenvolvimento da África. A UA decidiu celebra o a década e meia da Resolução 1325 e promoveu uma reunião em Adis Abeba.
O encontro reuniu representantes de organizações não-governamentais (ONGs), dos países africanos e não-africanos e as forças de paz femininas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM).
O objetivo da reunião não foi só para comemorar a aprovação da resolução em 2015, mas também para discutir diferentes experiências na implementação da resolução em toda a África.
A ocasião também proporcionou uma oportunidade para discutir sobre as diversas formas de intervenção de questão de gênero em diferentes regiões do mondo, estratégias de implementação das questões de gênero e parcerias entre as organizações da sociedade civil e o Conselho de Paz e Segurança da UA.
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