Mbeki Thabo, ex presidente da Africa do Sul, apresentou o Relatório do Painel sobre Fluxos Financeiros Ilícitos da África, na reunião de cúpula na 24ª Assembléia da União Africana.
O relatório estima que mais de US $ 50 bilhões de dinheiro ilícito está fluindo para fora da África a cada ano – mais do que o dinheiro que está fluindo sob a forma de assistência oficial ao desenvolvimento de países doadores e organizações estrangeiras.
África é, afinal, um “credor líquido para o resto do mundo”, não um devedor líquido como a maioria das pessoas imagina.
A maior parte está sendo transferido por empresas multinacionais – principalmente através de evasão fiscal, seguida por empresas criminosas e funcionários corruptos. O dinheiro sonegado em Africa é maior do que o que recebe dos doadores estrangeiros.
O relatório informa ainda que o crescimento da Africa, que é em média de 5% ao ano, não foi suficiente para realmente reduzir a pobreza e criar empregos para conter a agitação social que ameaça desestabilizar o continente. O número de pessoas que vivem com US $ 1,25 por dia na África aumentou de 290 milhões em 1990 para 414 milhões em 2010.
Mbeki disse que havia também uma arquitetura global emergente sobre como parar os fluxos. Isso inclui a legislação agora aprovada pelo Parlamento Europeu, que exigirá que corporações informem sobre suas transações em todos os países onde operam – e não apenas de forma agregada como agora o fazem – o que irá expor os esforços para disfarçar o domicílio real de suas operações.
Um dos principais eixos do relatório de Mbeki é que os crescentes esforços internacionais para combater o fluxo financeiro ilegal devem unir-se rapidamente a uma arquitetura global de controle financeiro, de preferência com a ONU. O outro eixo central é que os governos africanos precisam melhorar seus próprios controles financeiros, como eles estão simplesmente sendo lesados e enganado pelas multinacionais. O relatório sugere que os governos africanos precisarão de uma considerável ajuda financeira para melhorar essas deficiências.
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